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"Eu sei que ele sempre se dopou", acusa José Aldo sobre McGregor

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Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

24/03/2015 17h28

O campeão peso pena do UFC, José Aldo, não tem dado muita importância para as provocações feitas pelo desafiante irlandês Conor McGregor. Com duelo programado para o UFC 189, que ocorrerá dia 11 de julho, em Las Vegas, o brasileiro aproveitou a entrevista coletiva realizada para divulgar o evento para tecer duras críticas ao adversário e acusa-lo de se dopar para os duelos. “Quero que ele seja testado para o doping toda semana. Eu sei que ele sempre se dopou. Ninguém bate o peso como o McGregor sem se dopar. Também quero que eu seja testado toda semana. Na Irlanda, não tem comissão atlética nenhuma, nenhuma regra”, polemiza Aldo. 

Apesar das críticas sobre a preparação do seu adversário, o manauara destacou que não leva em consideração as provocações feitas pelo irlandês. "Eu não sei o que ele estava falando, mas pode falar o que for, porque não entendo nada mesmo (risos). Vou ficar rindo da cara dele, porque ele é um imbecil. Se ele me tocar, com certeza, vai rolar um algo a mais", comentou o lutador, fazendo menção ao conflito entre Jon Jones e Daniel Cormier, que brigaram durante a promoção da luta após provocações mais acaloradas.
 
O atleta da Nova União ainda ressaltou que as menções ao fato de ter morado na favela não representam nada para ele. “Eu morei, sim, na favela, então não fiquei chateado. Faz parte. Ele é um provocador, se eu for ligar para isso, estou ferrado. Relaxo, procuro ficar tranquilo. Para mim, isso é normal.”
 
O dono do cinturão disse não se importar por responder sempre as provocações feitas pelo adversário, salientando que isso faz parte da promoção da luta pelo cinturão. Entretanto, ele não deixou de alfinetar McGregor ao afirmar que o atleta conseguiu sua oportunidade devido às provocações. “Acho que ele fez 50% por merecer, os outros 50% ele conseguiu falando. Ele nunca pegou um top 5 da categoria, mas achei bom. Tudo isso que está acontecendo aqui é graças a ele também.”
 
José Aldo destacou também uma característica sua que tem sido primordial para passar por esse período pré-luta, onde o “trash talk” (provocações do adversário, em uma tradução livre) rouba a cena. “Meu forte é a cabeça. Para entrar dentro dela é impossível. Não fico nem preocupado. O cara a cara não quer dizer nada. Ele sabe o que o espera. Eu olhei nos olhos dele e vi como ele está. Lá atrás, o Conor sempre foi um grande fã meu, um cara que tentava me imitar quando estava começando. Eu já o observo há muito tempo, já o estudei, vi os movimentos todos dele. Sei o que tenho que fazer.”
 
Para o brasileiro, estas provocações não são uma novidade, visto que ele já havia passado por situação semelhante quando ainda era lutador do extinto torneio WEC. Na ocasião, as provocações vieram de outro desafiante ao cinturão da organização. “O primeiro a fazer isso foi o Cub Swanson, na época do WEC. Ele falou muitas coisas durante a semana, provocou bastante. Cheguei lá e passei por cima dele. Agora será a mesma coisa”, projetou Aldo.
 
Apesar de ser apontado como um dos principais desafios de Aldo nos últimos tempos, nenhuma preparação especial será realizada para este duelo. De acordo com o campeão, a preocupação durante a preparação é sempre com a luta, e não com o atleta. “Treino bastante, independentemente de quem seja. Tudo depende de mim e da minha equipe. Imagino o ginásio lotado, todo mundo vibrando, esperando o momento. E, com certeza, a vitória será minha. Geralmente não falo como vou vencer, mas garanto que irei vencê-lo.”
 
Geralmente contido nas declarações, o manauara mudou sua postura recentemente visando uma maior exposição, na tentativa de chamar mais atenção para seus duelos e, consequentemente, obter mais fama e dinheiro. “Eu já vinha sendo o campeão por muito tempo e não tinha o reconhecimento como merecia. Tudo surgiu em uma conversa com o Dedé Pederneiras (treinador de Aldo). A gente procura se vender mais. Tem o lado do marketing também, não é só chegar lá e lutar. Do lado de fora também temos que fazer nosso trabalho.”
 
José Aldo avaliou o reconhecimento que ele tem em comparação a outros campeões do UFC, como os norte-americanos Jon Jones e Ronda Rousey. Para o atleta, o fato de não falar inglês atrapalha, além do fato de ambos serem ídolos locais. Entretanto, ele fez questão de destacar que, em sua terra natal, é muito mais reconhecido do que os rivais, comparando-se até a principal estrela nacional do futebol, o atacante Neymar. “(O reconhecimento no Brasil) é grande, muito grande, até porque, graças a Deus, a mídia brasileira está cobrindo o UFC hoje em dia. É um reconhecimento como se fosse o Neymar”, conclui.