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Promessa brasileira volta ao UFC cheia de moral e com nocaute 'entalado'

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

23/04/2015 12h00

Poucos são os lutadores que sabem o que é estar em um card principal do UFC já em segunda luta no evento. E menos ainda os que conseguem isso aos 23 anos de idade, apenas. É com toda essa moral que o peso galo Thomas Almeida chega ao UFC deste sábado, em Montréal, no Canadá. O paulistano quer desentalar da garganta o nocaute que não saiu em sua estreia e manter sua invencibilidade no MMA.

Como é comum, o UFC precisa buscar lutas empolgantes para abrir seus card principais – vide Felice Herrig x Paige Vanzant no último fim de semana. E é isso que Thominhas tem garantido: são 17 vitórias na carreira, com 13 nocautes, três finalizações e só sua última luta foi decidida por pontos. Ainda assim, foi um grande combate, com o brasileiro saindo com a cara inchada, mas batendo Tim Gorman claramente em Uberlândia.

Especialista em muay thai, sua arte marcial original, e formado na Chute Boxe, nocautear está no DNA do lutador. “Esse é meu sonho, eu quero nocautear. Nessa última ficou entalado, porque não saiu”, afirmou a promessa da categoria que tem TJ Dillashaw como campeão.

O rival da vez é Yves Jabouin, já veterano do Ultimate, com cartel de 20 vitórias e nove derrotas, sendo cinco triunfos e três revezes dentro da organização. Das nove vezes em que o canadense foi batido, quatro foram por nocaute, incluindo as duas mais recentes, e Thomas está ligado nisso.

“Ele é duro, mas é um pouco de lua, às vezes está muito bem, às vezes não. É experiente, tem muita bagagem, então me preparei como se fosse para o título. Mantive a mesma equipe, o mesmo pessoal, só me especializando ainda mais, crescendo e amadurecendo. Acho que estou na minha melhor fase”, analisou o peso galo, que explica que não monta estratégia fixa para a luta, mas sempre atenta para os pontos fortes e fracos dos lutadores.

Thomas comemorou também o fato de lutar fora de casa, para tentar ganhar um reconhecimento do público da América do Norte. “É uma ótima, lutar fora. Ficar ainda mais conhecido no mundo inteiro, ainda mais no card principal de um evento de pay-per-view. Acredito que isso aconteceu por eu já ter sido campeão do Legacy, então já tenho uma base legal lutando fora”.

Um novo Thomas

Ter entrado com sucesso no UFC, saindo com vitória de sua primeira luta, aumentou o senso de responsabilidade de Thomas Almeida. Apesar de jovem, ele afirma que percebeu que tem de se preocupar não só com o que acontece no octógono.

thomas - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

“A responsabilidade é maior, a dedicação. O que faço fora da academia também tem que ser mais regrado. Agora estou entre os tops, e qualquer erro pode ser ruim para a carreira. Até na vida pessoal. Você precisa ser profissional sempre, não fazer besteira, porque pode ser demitido e ver o sonho ir por água abaixo”, explicou.

O reconhecimento depois de sua luta em Uberlândia veio do próprio UFC, com um bônus de “luta da noite” – que está intacto, aguardando para ser investido e “virar muito mais” -, e de lutadores e técnicos.

“O mestre Rafael Cordeiro me elogiou, me citou entre lutadores com um muay thai técnico, por exemplo. Ele é um treinador excelente, veio da Chute Boxe (de Curitiba), então inspira bastante”, afirmou ele, citando o técnico do campeão dos leves Rafael dos Anjos e do campeão interino dos pesados Fabrício Werdum.