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Cigano abandona mentor pela 1ª vez e tenta agregar outras artes ao seu boxe

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

06/11/2015 06h00

Junior Cigano resolveu mudar o treinamento para o combate contra Alistair Overeem, e a principal diferença se faz notar na ausência de seu “mentor” no MMA, o treinador de boxe Luiz Dórea, no camping atual. O peso-pesado se mudou para os Estados Unidos e agregou novos especialistas à preparação – tudo para diversificar seu jogo.

“Dórea, que era meu treinador, está aqui no Brasil. Estou trabalhando por lá com o Katel [Kubis, também brasileiro, professor da American Top Team]. Ele ‘é mais’ muay thai. Conhece bem a linha do professor Dórea, mas tem puxado para esse lado também”, explicou o ex-campeão do UFC, antes de contar que Dórea nem mesmo deverá estar no seu córner.

“Para essa luta, acredito que não levarei o ‘professor’. Agora, por ter mudado de equipe, quero manter o foco lá. Quero aproveitar, treinar, aprender coisas diferentes. Isso me trará novas experiências, me fará evoluir. É isso que estou buscando. Mas, dependendo de como eu estiver me sentindo, posso até leva-lo ao córner”, afirmou.

Desde que entrou no UFC em 2008, Cigano venceu sete de suas lutas por nocaute com socos. A razão disso é sua força no boxe, modalidade na qual sempre pautou seu jogo. Agora, no entanto, o brasileiro quer diversificar. Ainda com a mentalidade de manter a força do seu estilo no pugilismo, quer ter a confiança suficiente para vencer suas lutas de outras maneiras.

“Sempre treinei de tudo, mas sempre fui muito confiante em usar o boxe no momento da luta. Então eu treinava para quando derrubar, já voltar a luta em pé e decidir no boxe. E isso foi uma coisa que sempre funcionou comigo, só não deu certo com o (Cain) Velásquez – quer dizer, na primeira vez deu”.

Junior Cigano e Cain Velásquez se enfrentaram três vezes no UFC. Na primeira, o brasileiro nocauteou com pouco mais de um minuto de luta. Nas outras duas, porém, o norte-americano saiu vencedor: primeiro por decisão unânime e depois por nocaute.

“Na luta contra o Velásquez, eu percebi que dou muita liberdade para os adversário. Andando para trás, eu golpeio bem. Mas andando demais para trás, você dá tempo para o cara pensar o que ele quer fazer e espaço para ele fazer o que quer. Então isso jogou contra mim diante do Velásquez. Diferentemente de todos os outros, ele não cansava”, explicou.

“O que estou tentando agregar é a confiança de poder usar as outras artes marciais. Espero que esses treinos me levem a outro patamar no UFC. Estou aprendendo diferentes formas de treinar, então isso é importante. Vai agregar muito na minha carreira”, completou.

No dia 19 de dezembro, Cigano terá pela frente o holandês Alistair Overeem, em Orlando, nos Estados Unidos. O combate será o segundo mais importante do evento que terá como luta principal a disputa do cinturão dos leves, entre Rafael dos Anjos e Donald Cerrone.