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Após 'trauma', Formiga não quer saber de cinturão - mas está bem perto dele

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

20/11/2015 12h00

Terceiro colocado entre os moscas, Jussier Formiga não quer saber do cinturão da categoria no UFC. Ao menos por enquanto. Às vésperas da luta contra Henry Cejudo que pode o levar à disputa com o atual campeão Demetrious Johnson, o lutador brasileiro tenta não pensar nos próximos passos. E tudo isso por conta de um trauma em sua luta de estreia no Ultimate, em 2012.

Na época, o já elogiado Formiga encarou John Dodson diante da expectativa de já garantir uma vaga na disputa pelo cinturão e não conseguiu aguentar a pressão. Muito mal, não mostrou seu potencial, foi derrotado e não passou nem perto do sonhado objeto.

"A verdade é que essa coisa atrapalha. Lembro que na minha estreia rolou isso, contra o [John] Dodson, ficaram falando que o vencedor iria para o título. Não é desculpa para a derrota, mas isso mexe com a cabeça do atleta, tira o foco. A estreia foi um baque. Eu não estava preparada para aquilo. Mexeu muito comigo. Aprendi isso e agora só penso na minha luta. Tem que dar um passo de cada vez. Não existe conversa nenhuma sobre disputa de cinturão. E mesmo que tivesse, eu procurei fugir um pouco disso", disse Formiga.

Jussier também considera a derrota para o mexicano Joseph Benavidez, em 2013, como outro marco para uma mudança em sua, até então, questionada carreira.

"Depois também tive a derrota a derrota para o Benavidez, foi um marco. Botei na minha cabeça que eu precisava dar mais de mim. Hoje entro no UFC e me vejo mais à vontade, pronto para encarar qualquer um. Já são três anos de UFC e vejo que muita coisa mudou. Meu jogo em pé está muito aprimorado, o lado técnico também. E acabo criando confiança. Minha luta de maio [vitória contra Wilson Reis] provou toda confiança que tenho agora na parte em pé. Terei um bom arsenal nesse próximo compromisso".

Nem mesmo o fato de encarar o próximo adversário no que é considerado a casa do norte-americano, por sua origem mexicana, casa do mexicano intimida o confiante Jussier Formiga.

"Não ligo muita para essa coisa de casa de adversário. Sempre lutei fora desde moleque, quando lutava judô e viajava o Brasil todo. Nunca estive em casa ou com torcida a favor. Na verdade, isso me dá até mais vontade. Quando vejo a torcida contra, quero mais ainda provar que posso vencer. Isso talvez serve até como combustível para mim".

O card em Monterrey, no México, no próximo dia 21, terá a final do TUF América Latina como grande atração, além de confrontos como Kelvin Gastelum x Neil Magny (meio médio), Ricardo Lamas x Diego Sanchez (pena) e Efrain Escudero x Leandro Buscapé (leve).