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Anderson Silva supera provocações e elogia Bisping: 'respeito muito'

João Henrique Marques

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

25/02/2016 10h51

Depois de mais de um ano afastado dos octógonos, Anderson Silva vai voltar a lutar. Neste sábado (27), o brasileiro encara Michael Bisping no UFC Fight Night 84, na O2 Arena, em Londres.

A luta, até aqui, vem sendo precedida de provocações. No entanto, na hora de falar sério, o britânico fez questão de elogiar Anderson – segundo ele, “o melhor lutador” que já terá enfrentado.

O brasileiro, por sua vez, retribuiu a gentileza. “Acredito que são dois grandes lutadores. Respeito muito ele como lutador. Não conheço ele como pessoa, então não tem como eu falar dele como pessoa. Mas ele tem família, assim como eu. Deve ser um bom pai, assim como eu tento ser todos os dias”, disse Anderson nesta quinta-feira, em entrevista ao UOL Esporte. “São dois atletas que tem chances de mostrar seu valor e quem sabe voltar a lutar pelo cinturão. Eu respeito muito ele como lutador, como atleta. Vamos mostrar nosso trabalho. Vamos trabalhar”, completou.

A luta em Londres será válida pelo peso médio, embora não qualifique o vencedor a lutar pelo cinturão da categoria do UFC na sequência. Perguntado, Anderson elogiou o adversário, mas sem apontar uma qualidade específica.

“Acho que todos os lutadores do UFC de modo geral tem grandes qualidades e tem defeitos. Todo mundo tem uma falha, assim como eu, assim como ele”, esquivou-se.

Volta 50 a 50, mas não onde gostaria

Anderson Silva está confiante para a volta ao UFC. Diante de um rival que vem de duas vitórias (a última delas em julho contra Thales Leite), o paranaense acredita ter condições de lutar de igual para igual com Bisping. O próprio Anderson diz que, “em questão de superação”, tornou-se um rival mais difícil.

“Eu tenho uma grande experiência. É claro que ali dentro fica 50-50: 50% de chance do meu adversário, 50% de chance minha. Mas eu estou bem treinado e vim para vencer”, afirmou. "É um desafio pessoal mesmo, para eu mesmo estar bem e provar que eu posso superar minhas técnicas marciais."

O ex-campeão dos médios, entretanto, admite que preferia voltar ao MMA em outro lugar: Curitiba, cidade onde foi morar ainda jovem. A capital paranaense deve receber o UFC 198, em maio, na Arena da Baixada. O UFC 200, a ser disputado em julho na cidade de Las Vegas, também era cotado.

“Eu preferia lutar no Brasil, em Curitiba. Era o que estava sendo cogitado antes dessa luta aqui e acabou não acontecendo. É meio frustrante para mim, porque é a segunda vez que não acontece. Mas vou aguardar”, afirmou.

Doping? ‘Minha voz não engrossou’, ironiza

Em outubro de 2014, Anderson Silva foi anunciado como um dos técnicos da quarta edição do The Ultimate Fighter: Brasil. Entretanto, pouco tempo após o início das gravações, o brasileiro foi pego em um exame antidoping, o que o afastou das competições e do programa.

Anderson voltou ao octógono em janeiro de 2015, sua última luta, mas a vitória diante de Nick Diaz no UFC 183 foi cassada após teste positivo para androstano e drostanolona – o adversário testou positivo para canabidiol e não herdou o resultado. As substâncias, segundo o brasileiro, faziam parte de um remédio para tratamento sexual.

O assunto, porém, não incomoda mais o brasileiro. “É uma coisa que já passou, já foi. As pessoas têm que entender que eu tentei explicar o que aconteceu - não consegui. Ficou o dito pelo não dito. Mas eu nunca precisei e nem tive que usar nenhum anabolizante na minha vida toda. Até porque meu corpo sempre foi o mesmo”, disse. “Se eu tivesse usado anabolizante, minha voz teria engrossado. Minha voz não engrossou”, brincou.