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"McGregor brasileiro" faz última luta no Brasil e agora busca dólares e UFC

Jonas Bilharinho treina com os irmãos Nogueira - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Jonas Bilharinho treina com os irmãos Nogueira
Imagem: Reprodução/Instagram

Rodrigo Garcia

Do UOL, em São Paulo

29/04/2016 06h00

Jonas Bilharinho ficou conhecido no Brasil por dois aspectos: as boas performances no Jungle Fight, onde chegou a conquistar cinturões de duas categorias diferentes, e por ter simulado as movimentações do irlandês Conor McGregor para José Aldo durante os treinamentos do manauara para a luta.

Após fazer sua última aparição no Jungle Fight em abril de 2015, e garantir o cinturão peso pena da organização, Jonas quis testar-se em outras casas e contra outros adversários. Com isso, acabou perdendo os dois títulos, já que ele também era campeão dos galos. Agora, um ano após sua última luta pelo evento, o atleta tentará retomar seu cinturão peso pena contra Valdinei Silva, neste sábado (30), em Tocantins. No entanto, esta deverá ser a última luta do atleta em solo brasileiro.

“Não tenho mais motivação para lutar no Brasil. Vai ser a última aqui. A partir de agora quero lutar lá fora, ganhar em dólar. Meu nome no Brasil já está onde eu queria. Não dá pra fazer dinheiro aqui. O seu nome você faz com títulos dos grandes eventos. No Brasil, o maior é o Jungle, e eu já tenho dois (títulos). Não preciso de mais títulos aqui no Brasil, vou correr atrás do que está faltando, que é dinheiro”, explicou o atleta, em entrevista ao UOL Esporte.

Para Bilharinho, que possui um cartel de sete vitórias (cinco nocautes, uma finalização e uma decisão dos jurados), está na hora de receber uma oportunidade para lutar pelo UFC. Após ser cogitado para enfrentar o parceiro de treinos de McGregor, Artem Lobov, mas ver a luta não sair do papel, ele citou o desânimo que o abate a cada vez que vence uma luta com propriedade e o convite da organização norte-americana não chega.

“Acho que eles estão pesando o fato de eu ter poucas lutas no cartel. Já conversei pessoalmente com o Giovani Decker (presidente do UFC no Brasil), ele fala que torce para que eu entre, está me divulgando lá dentro, mas eles têm trâmites e não dá pra acelerar as coisas. Acredito que entro ainda esse ano no UFC. Depois dessa luta, há boas chances. Mas já criei tanta expectativa e não deu em nada. Isso só me desmotiva, é muito frustrante”, revelou o lutador.

"McGregor brasileiro"? Jonas diz inspirar-se no irlandês

Após citar o interesse em partir para eventos estrangeiros para tentar conquistar sua estabilidade financeira, Bilharinho salientou que se inspira nas atitudes do irlandês fora do octógono para conseguir o mesmo sucesso que o campeão peso pena do UFC obteve.

“Todos deveriam amá-lo. Ele está elevando os números do esporte. Tenho vontade de lutar com ele, aquela rivalidade interna, mas tenho que reconhecer a parte boa do trabalho dele. Ele faz isso muito bem. Eu me espelho e me inspiro nele. Não tenho nada de mal para falar, ele fala umas besteiras, mas é só um ser humano, como qualquer outro”, minimizou o lutador.

Ainda segundo Jonas, a postura do irlandês ao solicitar muito dinheiro para se apresentar no UFC 200 valoriza o esporte, algo que é necessário, tendo em vista quanto as organizações lucram pelo show dado pelos lutadores.

“Temos que ganhar proporcionalmente ao que geramos para a empresa, como acontece no boxe. No MMA, para chegar em US$ 1 milhão de bolsa, foi acontecer só agora. Eu não acho o McGregor um mal necessário. Acho que ele é fundamental para o esporte e gosto dele”, salientou.

Mesmo tendo a disputa de cinturão do Jungle Fight em vista, o atleta segue traçando planos para seu futuro. Caso o tão esperado convite do UFC não apareça, Bilharinho já sabe em quais outras organizações poderia tentar uma chance.

“Tem quatro eventos que gostaria de lutar. Rizin, UFC, Legacy e RFA. O Bellator já me chamou para lutar lá antes do meu primeiro cinturão do Jungle, mas não tenho o menor interesse de lutar no Bellator agora”, concluiu o lutador.