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Ele ainda pede dinheiro a amigos para treinar, mas já pegará top 10 do UFC

Reinaldo Canato/UOL
Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Do UOL, em São Paulo

02/07/2016 06h00

Matheus Nicolau, a despeito de ter apenas uma apresentação no UFC, enfrentará na próxima sexta-feira (08) um top-10 da divisão dos moscas, John Moraga, o 6º colocado do ranking. Ele, que ainda pede dinheiro a amigos para treinar, contra um ex-desafiante ao cinturão da categoria, em mais uma prova de que o MMA, mesmo o de alto nível, não é só sobre cifras milionárias como as de McGregor ou estrelas do quilate de Jon Jones.

Nicolau, que fará a sua “grande luta” em Las Vegas, participou do The Ultimate Fighter (TUF) 4, em edição nacional do reality show, no qual avançou até a semifinal. “O programa dá bastante visibilidade, algumas pessoas começam a reconhecer o seu trabalho, mas, financeiramente, ainda não me deu muita coisa”, confessou ao UOL Esporte.

O atleta explica que, ainda sem patrocínio, o pouco que ganha acaba reinvestido na sua preparação. “E eu continuo tendo que dar meus pulos por aí”, afirma. Pedir dinheiro emprestado a amigos, fazer economias e deixar de gastar com o supérfluo, são esses “os pulos” do lutador, que fez seu treino para o próximo combate nos Estados Unidos.

A própria ida para a América do Norte tem relação com a parte financeira: “A economia no Brasil não está nada legal, e a última coisa que vão fazer será investir no esporte. Resolvi fazer a viagem pensando no âmbito técnico, mas também no empresarial”.

Se Matheus tem apenas um combate no UFC, vitória sobre Bruno Rodrigues em novembro de 2015, John Moraga, seu adversário, é um “veterano” da organização – desde 2012 na franquia, já chegou a disputar o cinturão dos pesos moscas, mas perdeu para o ainda campeão Demetrious Johnson. É um dos principais nomes da categoria.

NIcolau 1 - Reinaldo Canato/UOL - Reinaldo Canato/UOL
Imagem: Reinaldo Canato/UOL

“Não poderia imaginar uma oportunidade melhor. Ter essa chance era tudo que eu queria. Sempre falei que vim até aqui para me testar contra os melhores. Só penso no Moraga. Uma vitória expressiva me deixará muito bem na categoria”, aposta o brasileiro, que rejeita a ideia de que foi escalado para ser “escada” para o oponente famoso retomar o rumo dos triunfos, estratégia comum da organização. John vem de derrota para Joseph Benavidez.   

Nicolau também será o primeiro do “time de José Aldo”, os da academia Nova União, a entrar em cena nos três eventos seguidos que o UFC promoverá a partir de quinta-feira. É dele, portanto, a missão de começar a reverter fase negativa da equipe em 2016: seis de sete integrantes que atuaram neste ano perderam pelo Ultimate.

Ele assegura que o retrospecto ruim não o afetará. E crê em reversão do momento atual: “Temos bons representantes nesta semana, como Claudinha [Gadelha] e José Aldo disputando títulos”. Gadelha, aliás, encabeça o card de sexta, o TUF 23 Finale, no qual enfrentará a campeã peso palha Joanna Jedrzejczyk, da Polônia.

No dia seguinte, no UFC 200, José Aldo pegará Frankie Edgar pelo cinturão interino dos pesos pena – o linear é de Conor McGregor, que venceu o próprio brasileiro.