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Como companheira virou arma para Jéssica Andrade disputar cinturão do UFC

Jessica e Fernanda estão casadas - Reprodução/Instagram
Jessica e Fernanda estão casadas Imagem: Reprodução/Instagram

Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

02/05/2017 04h00

Determinada, amorosa e inquieta. É assim que a próxima brasileira a buscar um cinturão do maior evento de MMA do mundo é descrita pela sua mulher Fernanda Gomes. Estamos falando de Jéssica Andrade que irá ao octógono no próximo dia 13 para enfrentar Joanna Jedrzejczyk, no UFC 211, valendo o título peso palha.

Fernanda é a fã número um da lutadora. As duas sempre estão juntas. Trocam declarações de amor nas redes sociais e chegam ao momento mais importante de “suas carreiras”.

“É uma expectativa muito grande, é a luta da vida de Jessica, a grande chance de ser a melhor do mundo na profissão dela e realização de um sonho. Então a ansiedade é enorme, mas tento me conter e ajudar ela ao máximo para somente focar nos treinos e no seu objetivo principal, que é vencer”, falou Fernanda ao UOL Esporte.

“Acredito se será uma luta muito boa, com muita trocação, terá muito sangue também. Estou confiante na vitória, e escrevam aí: será a luta da noite com direito a bônus da noite”, completou uma confiante Jéssica.

Para chegar até aqui, a lutadora brasileira teve com principal apoio sua companheira de todos os momentos. Outro ponto importante foi a decisão de trocar a categoria dos galos pelo peso palha.

“Eu tive 10 meses de intervalo para poder descer de categoria de forma saudável, então, junto com minha equipe e meus médicos nutricionista, fizemos um trabalho de reeducação alimentar, alinhado à exercícios físicos de alta performance. Foi super tranquila a descida de categoria e hoje me sinto mais rápida e mais forte que as outras meninas do meu peso”, disse.

“O meu relacionamento é essencial para minha vida profissional, porque minha mulher me deixa tranquila, cuida de todos os problemas da casa, da família e tudo mais, e eu somente fico focada nos treinos e com a mente tranquila me preparando para as lutas”, completou.

Estar ao lado o tempo todo nem sempre é algo bom. Fernanda também sofre ao acompanhar as lutas de Jéssica.

“Todas as lutas são muito difíceis de acompanhar, imagina só você vendo alguém que ama lá dentro tomando porrada, não é fácil. Então, quero me concentrar em orar e enviar energias positivas para ela lá dentro, que eu sei vai dar tudo certo. Às vezes tenho vontade de entrar lá no octógono e bater na adversária, mas me seguro e fico orando e pedindo muita proteção, depois das lutas fico cuidando do estrago, mas sempre com a vitória”, revelou Fernanda.

“Dói em mim todos os cortes arranhões hematomas, mas cuido de tudo e não existe  pessoa machucada mais feliz que ela depois que vence a luta”, complementou.

Foi justamente em um desses momentos de felicidade depois da luta que deu início ao relacionamento entre as duas.

“Nós conhecemos há anos e começamos a namorar porque eu havia ganhado uma luta. Ela veio me parabenizar, daí em diante, foi ficando bem mais forte nossa relação e chegou um momento que eu não conseguia mais viver sem ela. Namoramos um tempo e logo depois pedi ela em casamento, porque quando a gente sabe que é a pessoa certa não precisa de tanto tempo temos que viver isso logo e ser feliz”, finalizou.

Relacionamento homossexual

Jessica e Fernanda estão casadas - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Jéssica sabe que tem um papel importante na sociedade. Vista como referência, ela acaba levantando uma bandeira que luta contra o preconceito.

“Na verdade, quando você se assume diante de uma sociedade e diz ser quem você é, sem medo do julgamento alheio, você acaba levantando uma bandeira de determinada classe, porque as pessoas que pertencem a essa classe se sentem oprimidas. Quando vê alguém que é conhecido na mídia que se assume, assim como eu --ando com a minha mulher sem medo dos questionamentos-- aí a gente acaba levantando uma bandeira, por que as pessoas usam nossa imagem como referência, e eu tenho muito orgulho disso”, destacou.

Sobre mais atletas assumirem namoros gays, a lutadora disse acreditar que cada um tem de fazer o que acha melhor.

“Na minha opinião, isso é uma opção de cada um, se assumir ou não, o que importa é ser feliz e se sentir bem”, completou.