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Fã do Brasil, argentino "xente boa" crê que seu país terá 1º UFC histórico

Ana Carolina Silva

Do UOL, em São Paulo

16/11/2018 04h00

É claro que a expressão correta é "gente boa", mas o sotaque de Santiago Ponzinibbio faz com que ele seja chamado de "argentino xente boa". Prestes a ser estrela do primeiro evento do UFC da história da Argentina, no sábado (17), o lutador cria expectativa de um combate histórico contra o americano Neil Magny e carrega um carinho enorme pelo Brasil.

"Com certeza, com certeza. Acredito que o público argentino me apoiará, vão dar seu carinho, seu apoio. Vai ser um evento histórico, o pessoal argentino é muito passional. Acredito que vai ser um evento histórico, algo bem diferente do que já vimos", disse o atleta, que morou no Brasil por sete anos, em entrevista ao UOL Esporte.

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Imagem: reprodução/Instagram

Os fãs brasileiros de MMA recebem seus adversários aos gritos de "uh, vai morrer", mas o que cantarão os argentinos para Neil Magny? "Muitos cantos vêm do futebol e eles trazem para outros esportes. Vamos escutar muitos cantos. Com Del Potro [no tênis], eles cantam 'y pegue, y pegue, y pegue, Delpo, pegue'. Talvez usem esse", ponderou.

"O MMA está crescendo incrivelmente na Argentina, estou feliz. Venho acompanhando o crescimento. Realmente é impressionante. Você sai na rua e o pessoal reconhece, pede foto. Tem muito reconhecimento, é muito bonito. E o pessoal está treinando. É muito lindo ter ajudado com essa evolução do esporte. Uma recompensa enorme", encantou-se Santiago.

Santiago Ponzinibbio - Jefferson Bernardes/inovafoto - Jefferson Bernardes/inovafoto
Santiago tem muito carinho pelo Brasil
Imagem: Jefferson Bernardes/inovafoto

O apelido de "argentino gente boa" (ou "xente boa", como preferir) surgiu na segunda temporada do reality TUF Brasil. Na versão brasileira do programa The Ultimate Fighter, que já não existe mais, ele conquistou o público brasileiro com uma estratégia: não tentou montar um personagem e agiu com simplicidade, por mais que a presença de um argentino chamasse atenção pela rivalidade que se atribui aos dois países. Santiago não explorou isso em seu marketing pessoal.

"Tinha uma rivalidade muito grande, mas eu falei 'pessoal, fiquem tranquilos, sou um argentino gente boa'. O pessoal começou a olhar meu trabalho, e caí nas graças do povo brasileiro, que viu que sou um cara humilde, trabalhador, que luta por seus sonhos e vive sorrindo. Eles então passaram a falar também que sou o argentino gente boa. É muito lindo", explicou.

Dono dos prêmios de Luta da Temporada e Nocaute da Temporada, Ponzinibbio faz questão de deixar uma coisa bem clara: os argentinos, de modo geral, são "gente boa". Ele não é exceção. "Os argentinos também são gente boa pra caramba! Quando chegou a hora [de participar do reality], eu simplesmente fui eu mesmo, com minha simpatia", contou.

magny ponzinibbio - divulgação/UFC - divulgação/UFC
Imagem: divulgação/UFC

Hoje morando em Miami, nos Estados Unidos, o lutador já conhece bem os americanos e está animado para enfrentar Neil Magny "Eu estou muito contente, fiz um trabalho muito bom. Estou no melhor momento da minha carreira, muito bem física e mentalmente. Estou preparado para me divertir e fazer história", respondeu, sem apelar para o trash-talk.

Fazer uma luta principal em casa o pressiona? Negativo. "Não, é algo que me deixa muito feliz, não é pressão. Sempre é gratificante. Essas coisas dão mais energia. Lutei em outros países por muito tempo, mas agora vou estar em casa, e isso é muito lindo", respondeu, já mirando o cinturão no ano que vem: "Quero fazer história no meu país e lutar pelo cinturão em 2019".