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Presença de José Aldo no UFC Fortaleza ofusca luta principal da noite

José Aldo sorri durante entrevista coletiva no Media Day do UFC - Thiago Ribeiro/AGIF
José Aldo sorri durante entrevista coletiva no Media Day do UFC Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Marcel Rizzo

Do UOL, em Fortaleza

01/02/2019 04h00

Aos 29 anos, Renato Carneiro, conhecido no MMA como Renato Moicano, nunca esteve tão perto de disputar sua primeira luta principal em um evento do UFC, competição pela qual já fez seis lutas (cinco vitórias e uma derrota), todas secundárias. Seria natural que ao enfrentar José Aldo, lenda do MMA, duas vezes campeão dos penas no UFC, que esse combate fechasse a edição do Fight Night de Fortaleza, no próximo sábado (2). Mas não será assim.

O duelo principal, que dá nome ao evento, será entre os galos Raphael Assunção e Marlon Moraes, uma luta revanche do confronto de 2017 que terminou com a vitória de Assunção em decisão dividida da arbitragem. A luta tem importância porque reúne o terceiro (Assunção) e o quarto (Moraes) do ranking da categoria e quem vencer dará passo largo para o combate do cinturão -- o campeão é TJ Dillashaw. Mesmo assim, após o anúncio de que Aldo estaria no card, muitos apostaram, e erraram, que haveria uma troca de posições entre os combates.

"Gostaria de ter feito a luta principal, claro, mas está bom para mim também. O confronto principal pode definir o próximo desafiante do cinturão da categoria de 61 kg (galo), então está bem escalada", disse Moicano. 

Em dezembro, o chefão do UFC, Dana White, disse em uma entrevista coletiva que faria todo o sentido que Aldo fechasse o evento em Fortaleza, mas que o estafe do lutador informou que ele não queria lutar cinco rounds, mas três. "E não se diz não ao Aldo", disse White. Aldo disse nesta quinta (31), já em Fortaleza, que a decisão de não participar da luta principal foi de seu técnico, Dedé Pederneiras.

Em entrevista ao jornal Diário do Nordeste, de Fortaleza, Pederneiras disse a decisão foi por poupar Aldo de lutar cinco rounds (exclusividade da luta principal, as restantes são em três rounds), já que vem de uma carreira desgastante e que não poderia colocar em risco a integridade física do atleta.

"Eu poderia ter lutado cinco rounds, mas foi uma decisão dele [Pederneiras]", disse Aldo, que pretende, aos 32 anos, encerrar a carreira no MMA ainda em 2019 -- ele precisa realizar ainda três lutas previstas em seu contrato com o UFC.

A presença do duas vezes campeão dos penas, entretanto, ofusca o evento e os outros competidores. No chamado dia da mídia, nesta quinta (31), câmeras, microfones e gravadores se espremiam por uma palavra de Aldo, sentado em uma cadeira mais ao canto, destinada aos atletas das lutas coadjuvantes. No palco, Moraes e Assunção davam entrevistas com bem mais tranquilidade.

"O Aldo é o Aldo, né. Mas essa é uma decisão do UFC, acho que a luta principal estará bem representada, estão os tops da categoria", disse Assunção.

Apesar de não entrarem no octógono para a luta principal da noite, Moicano, que dava entrevista no canto posto ao de Aldo, não se ilude. Ele sabe que será a luta mais esperada pela torcida, que deverá estar em massa com Aldo, rosto conhecido do esporte no país pelos títulos conquistados.

"A maioria vai estar torcendo para ele. Eu também estaria, também sou fã de MMA. A verdade é que a maioria do público, que vê as lutas na Globo, não me conhece. Quem me conhece é o pessoal especializado. Eles vão ter empatia pelo Aldo, claro", afirmou o lutador, que se vencer Aldo poderá sonhar em disputar o cinturão. Desta vez com certeza na luta principal.