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Efeito Cielo faz do Brasil 'fábrica' de velocistas e Finkel lança garoto nos 50 m livre

Nicholas Santos, Cielo e Fratus são os principais velocistas do país nos 50 m livre - Satiro Sodré/Agif
Nicholas Santos, Cielo e Fratus são os principais velocistas do país nos 50 m livre Imagem: Satiro Sodré/Agif

Roberta Nomura

Em Belo Horizonte (MG)

01/09/2011 07h07

Cesar Cielo é campeão olímpico e bi mundial nos 50 m livre e as conquistas do paulista de Santa Bárbara D’oeste já rendem frutos para a natação brasileira. O efeito imediato é a fabricação de velocistas no país. O Troféu Maria Lenk revelou Bruno Fratus. Agora, foi a vez de o garoto Ítalo Duarte aparecer no Troféu José Finkel, em Belo Horizonte.

Nascido em 1992, o jovem nadador obteve o terceiro melhor tempo das eliminatórias dos 50 m livre (22s97), atrás apenas de Nicholas Oliveira e Cesar Cielo, respectivamente. "Já esperava um bom tempo, 22s alto porque treino muito para isto", disse o garoto, aos prantos. O desempenho surpreendente chamou a atenção. Na final, Ítalo Duarte terminou em quinto (22s84) e à frente de Nicolas Oliveira.

“O resultado foi muito bom, ele nadou muito bem. Eu não conheço muito. Mas é preciso deixar o menino cumprir todas as etapas dele”, ponderou o técnico do Cielo, Alberto Silva, o Albertinho. O treinador do campeão olímpico evita qualquer tipo de euforia e não gosta de apontar nomes como futuros talentos.

Enquanto Ítalo Duarte ainda terá que buscar seu espaço, Fratus já desfruta de reconhecimento. O nadador de 22 anos ganhou destaque no país ao vencer Cielo no Maria Lenk, mas já havia conquistado um bom quarto lugar no Pan-Pacífico, em 2010. “Quando eu peguei o Bruno para treinar no júnior I, ele disse: ‘eu quero que você me faça ficar assim [como o Cielo]”, contou Albertinho.

O técnico também integrante da seleção brasileira faz questão de lembrar que o surgimento de velocistas não ocorreu somente no nado livre. “Tem a inspiração do Cielo, claro. Mas muita gente saiu do mesmo lugar, que tinha essa coisa voltada para o velocista. Técnicos e atletas. Então, carregam a mesma metodologia, mesma filosofia. É a mesma geração que formou o Cielo”, explicou Albertinho.

E o Finkel é mais um exemplo de como o Brasil tem fabricado velocistas nos últimos anos. Além de Ítalo Duarte, outro destaque do torneio disputado no Minas Tênis Clube, foi João Júnior. O capixaba conseguiu atingir o índice exigido para os Jogos Olímpicos de Londres-2012 ao fazer 1min00s47 nas eliminatórias dos 100 m peito. Mas não tem a vaga assegurada porque o campeão mundial Felipe França e Felipe Lime têm tempos melhores.

Nas provas mais longas, o Brasil não tem tanta concorrência. Thiago Pereira é o único nome garantido em Londres-2012 nos 400 m medley até o momento. O Troféu José Finkel é classificatório para a Olimpíada, mas ainda restarão quatro outras oportunidades: Pan-Americano de Guadalajara (outubro), Torneio Open (dezembro), Sul-Americano (março de 2012) e Maria Lenk (maio de 2012).