Promessa da natação usou drogas e virou sem-teto. Agora voltou às piscinas

Daniel Smith precisou lutar contra Daniel Smith para sair do fundo do poço. Apelidado de novo Ian Thorpe, fenômeno da natação mundial no início dos anos 2000, Smith se afundou no mundo das drogas, deixou família e amigos para trás, tornou-se sem-teto e foi preso seguidas vezes na Austrália.

Foram cinco anos assim. Com 14 anos, Smith ganhou oito títulos australianos, na maior sequência vitoriosa desde Ian Thorpe. Aos 16, ele já estava mergulhado no vício das drogas. Das capas de revista de esporte foi para as notícias policiais.

“Eu estava numa vida miserável, triste, perdido, quebrado. Tinha muitos problemas com a polícia. Morava na rua e ninguém queria falar comigo. Era uma vida totalmente solitária”, lembrou Smith, em entrevista ao The Sunday Mail.

Nessa época, Smith vivia na Gold Coast, lugar conhecido pelas praias incríveis, festas famosas e grande centro turístico na costa leste da Austrália. “Eu não conseguia ficar ‘limpo’ lá”, resumiu.

Depois de cinco anos no fundo do poço, Smith disse que despertou. Não queria mais aquela vida. Foi quando procurou ajuda. Internou-se em uma clínica de reabilitação. Agora ele diz estar longe das drogas há 11 meses. O retorno às piscinas foi há oito meses, em Hervey Bay, ao norte da Gold Coast.

Smith, então, decidiu voltar a Miami, subúrbio da Gold Coast, e pedir uma terceira chance a seu ex-técnico, Denis Cotterell. Ele já havia tentado retornar às piscinas duas vezes com Cotterell. Em ambas, perdeu para as drogas.

Agora, o treinador está convencido que Smith decidiu mesmo abandonar as drogas. Seu tempo nos 200 m livre já o colocaria na final das eliminatórias para os Jogos da Commonwealth, disputados por países que faziam parte do Império Britânico e convidados, totalizando 71 delegações. Ian Thorpe atingiu o auge da natação mundial e depois passou a sofrer com alcoolismo e depressão. Smith fez o contrário: começou pelas drogas e agora tenta brilhar nas piscinas profissionalmente.