Torneio de natação "atrapalha" celebração de astros em festa de gala no Rio

Justamente em momento em que a natação brasileira retoma holofotes por causa de campanha histórica no Mundial de Doha – o país terminou com sete ouros, uma prata e dois bronzes e na primeira colocação do quatro de medalhas –, os astros da modalidade ficaram fora da principal festa do esporte olímpico nacional. Mesmo no Rio de Janeiro durante toda a semana, Cesar Cielo, Felipe França, Etiene Medeiros e cia. perderam o evento de gala realizado na noite desta terça-feira.

O início do 10º Torneio Open de natação “atrapalhou” a celebração dos atletas, que decidiram se concentrar nas disputas e viram as homenagens realizadas durante prêmio Brasil Olímpico através da televisão do hotel em que estão hospedados na cidade.

“Acompanhei pela televisão. Fiquei no hotel porque tenho três provas para nadar hoje (quarta-feira). Então resolvi ficar quietinho. Ainda estou um pouco cansado por causa da viagem de volta para Doha, com fuso horário mexido”, explicou Cielo, frustrado por ter ficado fora do evento.

“Sempre é legal poder participar. Mas é o segundo ano que o Open bate com a data do Brasil Olímpico. Ano passado foi até mais difícil, porque tive que ir para Porto Alegre correndo por causa do Brasil Olímpico. Gostaria de participar principalmente depois dessa campanha que o Brasil fez, mas a gente treina para competir”, falou o nadador, que concorreu ao prêmio “Atleta da Torcida”, mas não levou.

Com dois ouros e um bronze em Doha, Etiene Medeiros também não pôde celebrar o ótimo momento da modalidade na festa de gala. “Não estava presente ao Brasil Olímpico, vi pela TV. A Fernanda (Gentil, apresentadora do evento) deu um toque no Cielo, no Felipe França. Falou meu nome também. Eu estava elétrica no quarto. A natação precisa realmente dessa força e espero que ela seja mais visada”, ressaltou a atleta.

Primeira seletiva para as duas competições mais importantes de 2015 – o Mundial dos Esportes Aquáticos de Kazan, na Rússia, e os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá – o Torneio Open tem importância para os atletas a ponto de a festa Brasil Olímpico ter sido descartada. Este, no entanto, foi o último evento do ano “proibido” para as estrelas da natação, que pensam nas férias após ano desgastante.

“A participação no Open é mais pela atitude, ainda mais depois de um Mundial como foi, com 100% de êxito. Temos que cumprir tabela também e participar de cabeça erguida para terminar o ano com chave de ouro”, destacou Felipe França.

Índices atingidos nesta quarta-feira

Guilherme Guido (100m costas), João Gomes Júnior (50m peito), Nicholas Santos (50m borboleta) conseguiram entrar em lista provisória para integrar a seleção brasileira no Mundial de Kazan. Os atletas terão que defender suas marcas porque ainda há outra seletiva pela frente. Dois nadadores por prova irão defender o país na Rússia.