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Fenômeno australiano supera vício em sonífero e usa natação como terapia

Grant Hackett voltou a treinar após seis anos e vai se dedicar ao revezamento - Reprodução/Twitter
Grant Hackett voltou a treinar após seis anos e vai se dedicar ao revezamento Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

20/12/2014 06h00

Um ícone da natação mundial está de volta às piscinas. Seis anos depois de se aposentar e oito meses após deixar uma clínica de reabilitação, o fenômeno australiano Grant Hackett decidiu cair na água novamente. Aos 34 anos, ele diz não focar grandes resultados, mas quer aproveitar a nova fase da vida para reviver bons momentos e fugir do vício que quase o derrubou.

Hackett ficou viciado em Stilnox, um sonífero recomendado para diferentes níveis de insônia. Separado da mulher e com dois filhos para criar, viu o medicamento se tornar uma ameaça. Por isso, no início deste ano, ele pediu ajuda e se internou em uma clínica nos Estados Unidos. Ficou quase dois meses lá e saiu cheio de vontade de nadar novamente.

“O que aprendi nesse tempo foi incrível, fiquei em condição de fazer tudo muito melhor. Estava numa situação em que não podia enfrentar a vida da forma correta, por isso precisei pedir ajuda. E me sinto orgulhoso de ter encontrado coragem e força. Quero ser um grande pai e fazer tudo da melhor maneira”, disse ele ao deixar a clínica.

E foi a natação quem o manteve nessa nova linha. Hackett conta que não se sentia tão bem desde 2004, ano em que ganhou sua terceira medalha de ouro nas Olimpíadas. Ele foi campeão olímpico dos 1.500 metros em 2000 e 2004, e ainda faturou o revezamento 4x200 metros livre em Sydney-2000.

É justamente no revezamento que ele está se dedicando atualmente. Sua meta é fazer parte da equipe de seu clube no Campeonato Australiano de 2015. Mas se ele surpreender e chegar novamente à seleção, já avisou: “nunca diria nunca para essa oportunidade”.

Hackett, no entanto, não quer se precipitar. Citando o difícil retorno de Ian Thorpe às piscinas, o maior fundista de todos os tempos ainda testa seus novos limites e evita criar muita expectativa, algo que já sobra entre os australianos a menos de dois anos das Olimpíadas do Rio. “Voltei a sentir paixão pela natação, mas por enquanto só quero ajudar meu clube”.