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Ex-técnico de Cielo tacha francês de sensacionalista: "Quer vender livros"

Albertinho (à frente) acompanha Cielo em julgamento de doping em 2011 - MARK RALSTON/AFP
Albertinho (à frente) acompanha Cielo em julgamento de doping em 2011 Imagem: MARK RALSTON/AFP

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

24/04/2015 16h17

O ex-nadador Amaury Leveaux, em sua biografia “Sexo, Drogas e Natação”, criou polêmica no mundo da natação ao fazer acusações a ex-parceiros da equipe da França e também ao ex-rival Cesar Cielo. Alberto Pinto Silva, o Albertinho, ex-treinador do velocista brasileiro, que conhecia Leveaux saiu em defesa de Cielo. Para o técnico, o francês quer aparecer por estar fora dos holofotes desde o fim de 2013, quando anunciou a sua aposentadoria.

“A minha impressão é que se trata de sensacionalismo, de um cara que quer vender livros e está conseguindo. Quando um atleta se aposenta, sente falta dos holofotes, talvez seja este o caso dele (Leveaux)”, disse Albertinho em entrevista ao UOL Esporte.

No livro, lançado nesta semana, Leveaux afirmou que o brasileiro é “suspeito de fazer trapaças” e que por causa disso sempre era vaiado quando ia a pódios em competições internacionais após seu caso de doping em 2011, quando foi flagrado em exame com o diurético furosemida em seu organismo e recebeu apenas uma advertência em julgamento na Corte Arbitral do Esporte (CAS). Em entrevista ao jornal L’Equipe durante pré-lançamento da obra, o francês ainda comparou Cielo ao ciclista americano Lance Armstronge disse que “trapaceiros são como pedófilos”.

“Na hora (que o Cielo foi absolvido), ele (Leveaux) podia falar alguma coisa e acabou não falando nada. Nunca vi ele falar nada. Agora escreve esta bobagem e está vendendo livros”, afirmou Albertinho, lembrando de manifestações de repúdio a Cielo como as feitas na época pelo sul-africano Roland Schoenmann e pelo queniano Jason Dunford que colocou os dois polegares para baixo após o brasileiro vencer os 50m livre no Mundial de Xangai de 2011, logo após sua absolvição.

“Passei muito tempo com o Cesar e não sei de nada que possa desaboná-lo ou que pudesse dar margens a estas declarações. Ele sempre foi um cara obstinado, determinado e focado ao extremo. Teve um azar naquela situação de tomar um suplemento contaminado”, completou Albertinho, que trabalhou com Cielo até o fim da Olimpíada de 2012.

Albertinho afirmou também desconhecer qualquer tipo de mal-estar entre Cielo e Leveaux na época que eles competiam. Em 2008, quando foi campeão olímpico dos 50m livre, o brasileiro deixou o rival na segunda colocação.

“Nunca vi, nem soube nada com relação a isso (inimizade entre os nadadores). Mas nunca vi eles próximos, trocando ideias. O Cesar sempre foi mais próximo ao (Frederick) Bousquet, mesmo porque eles treinavam juntos em Auburn”, disse.