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Cielo pega última vaga na final dos 50 m borboleta; Nicholas avança bem

César Cielo quase não conseguiu vaga na final nos 50 m borboleta - Satiro Sodre/SSPress
César Cielo quase não conseguiu vaga na final nos 50 m borboleta Imagem: Satiro Sodre/SSPress

Guilherme Costa

Do UOL, em Kazan (Rússia)

02/08/2015 12h17

Foi por pouco de novo. O brasileiro Cesar Cielo conseguiu neste domingo (02) a oitava e última vaga na decisão dos 50m borboleta do Mundial de esportes aquáticos de Kazan (Rússia). Depois de ter feito o 14º tempo na eliminatória, o atual bicampeão da prova sofreu mais uma vez e quase não atingiu sequer atingir a última etapa da disputa. A semifinal foi liderada pelo francês Florent Manaudou (22s84), e o também brasileiro Nicholas Santos se classificou com o segundo melhor tempo (23s05).

“Fiquei mais feliz com a classificação. Meu tempo deixou bem a desejar. Eu nado mais de meio segundo mais rápido do que isso. É tentar achar alguma coisa a mais para amanhã, mas acho que a prova está entre o [brasileiro] Nicholas [Santos] e o [francês Florent] Manaudou, mesmo. Eu vou ver se consigo morder esse bronze ou alguma coisa assim. Na final qualquer coisa pode acontecer nos 50m. Então, vou tentar fazer uma boa prova e ver se isso é suficiente”, disse Cielo em tom resignado.

Depois da primeira eliminatória, Cielo revelou que tem nadado com dores no ombro esquerdo e reclamou do frio de Kazan. Nos instantes posteriores à semifinal, contudo, o tom do brasileiro foi mais contido.

“Foi um show de errinhos e coisas que eu nunca faço em competições desse nível. Dei sorte de entrar na raia 8, mas amanhã [segunda-feira] é um dia em que eu não posso errar nada. Tem de ser uma prova redondinha e torcer para quem sabe pegar um bronze. É um resultado bem possível”, finalizou Cielo.

Nicholas Santos também espera uma prova complicada na decisão dos 50m borboleta. O brasileiro era dono do melhor tempo da prova em 2015 (22s90), mas foi superado por Manaudou em Kazan.

“Nadei forte. A diferença agora vai ser a final ao lado do Manaudou, que nadou muito forte, próximo do meu melhor. Amanhã [segunda-feira] vai ser duro”, admitiu Nicholas.

O que rolou na primeira noite da natação em Kazan:

Sueca derruba recorde mundial. Na primeira prova da noite em Kazan, a sueca Sarah Sjostrom venceu com enorme facilidade as semifinais dos 100m borboleta. Ela nadou o percurso em 55s74 e cravou a melhor marca do planeta (superando os 55s98 da norte-americana Dana Vollmer em 2012).

Chinês mantém soberania nos 400m livre. A primeira medalha da natação no Mundial de esportes aquáticos de Kazan foi conquistada com um passeio. Atual campeão mundial e olímpico da prova, o chinês Sun Yang sobrou nos 400m livre e venceu com 3min42s58.

Joanna Maranhão fica fora da decisão dos 200m medley. Em prova dominada pela húngara Katinka Hosszu, que venceu com 2min06s84, a brasileira Joanna Maranhão caiu nas semifinais. Ela fez 2min12s64 e ficou com a 13ª posição – as oito primeiras avançaram. “Estava buscando um 2min11 e estava me sentindo bem para isso, mas acredito que eu tenha errado a divisão das provas. Eu fecho muito bem e saio dos 200m medley com a sensação que não é o desgaste dos 200m borboleta ou dos 400m medley. Posso tirar mais, mas esse mais é potência, algo que eu tenho dificuldade para trabalhar. Sou muito resistente. É uma prova em que eu sei que ainda tenho muita margem de melhora e estou buscando isso. O fato de estar numa semifinal já é muito bom e para entrar na final eu teria de nadar 2min11. Então, meu parcial de peito tem de cair para 38s. Hoje é 40s, e de manhã tinha sido 39s. É mais uma questão de técnica do que de fôlego”, explicou a brasileira.

Sem raspar, brasileiro é segundo. Por causa do atrito com a água, é raro ver um nadador não depilado em competições de alto nível. Portanto, o visual de Nicholas Santos foi uma prova de confiança na semifinal dos 50m borboleta – ele deixou para raspar os pelos apenas na decisão. “Ainda não raspei. Nadei forte, mas respirei – normalmente eu não respiro nessa prova. Vamos ver amanhã: vou raspar e não vou respirar “, avisou. Nicholas fez o segundo tempo da classificatória (23s05), que foi liderada pelo francês Florent Manaudou (22s84). Cesar Cielo, com 23s29, também avançou.

Quem segura Katie Ledecki? A norte-americana tem apenas 18 anos, mas já é um dos principais nomes da natação mundial. Em Kazan, começou a mostrar isso com uma vitória extremamente fácil nos 400m livre. Ela completou a prova em 3min59s13, bem à frente da segunda colocada Sharon Van Rouwendaal (4min03s02). “Eu não esperava isso. Ledecki era a favorita, de fato, e eu ia ficar feliz com o bronze. Mas aí eu vi a chance de brigar e consegui a prata”, contou a holandesa vice-campeã.

Brasileiros ficam fora da prova final nos 100m peito. Felipe França e Felipe Lima estão fora da briga por medalha na prova. Os dois disputaram a mesma bateria nas semifinais, mas não conseguiram tempo para avançar (com 59s89 e 1min00s19, respectivamente, ficaram com o 11º e o 13º tempo entre os 16). “Às vezes erra, às vezes acerta, e isso acontece. É uma competição. O foco maior é treinar para os Jogos Olímpicos”, lamentou França. “Acho que a natação é feita de erros e acertos. Todo esporte é assim. Nesta vez eu escolhi uma tática errada: forcei na passagem e não aguentei a volta”, corroborou Lima. O melhor tempo da classificatória foi do britânico Adam Peaty (58s18).

Australianas brilham e vencem revezamento. Os três primeiros conjuntos do ranking (Austrália, Holanda e Estados Unidos) chegaram com tempos parecidos à decisão do 4x100m livre feminino. Na disputa do ouro, contudo, o quarteto oriundo da Oceania sobrou e venceu com 3min31s48. As vice-campeãs foram as holandesas (3min33s67), com as norte-americanas em terceiro (3min34s61).

Revezamento brasileiro fica no quase. O time formado por Marcelo Chierighini, Matheus Santana, Bruno Fratus e João de Lucca chegou a ocupar a terceira posição no 4x100m livre mas acabou apenas na quarta posição. O pódio da prova foi formado por França, Rússia e Itália. “A gente está chateado por não ter conseguido a medalha. Ficou muito próximo, e a gente já tinha competido com a Itália no GP de Charlotte no começo do ano. E assim.... Está ali, muito perto. A gente quase consegue sentir e pegar essa medalha. Isso que dói no coração. É pouca coisa”, disse Chierighini.