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Cielo reclama de frio e dores, faz 14º tempo e vai à semifinal no Mundial

Guilherme Costa

Do UOL, em Kazan (Rússia)

02/08/2015 07h25

O Mundial de esportes aquáticos de Kazan (Rússia) começou com um susto para o brasileiro César Cielo. Atual bicampeão dos 50m borboleta e dono do terceiro melhor tempo do ano na prova (22s91), ele fez apenas 23s66 na preliminar deste domingo (02) e avançou às semifinais com o 14º melhor tempo.

"Tá meio difícil, mesmo. Não está saindo do jeito que eu imaginei. Desde o mês passado, na França, não está saindo de uma forma fácil. Vai ser uma prova de cada vez, e agora é concentrar na semifinal. Eu achei que não ia nem passar, para ser sincero. Agora é tentar uma vaga na final, e aí é todo mundo contra todo mundo. É só tentar bater na frente", disse Cielo depois da eliminatória.

O brasileiro disse em entrevista ao canal fechado “Sportv” que tem sentido dores no ombro esquerdo há cerca de um mês e que isso tem complicado seu desempenho. Cielo também reclamou um pouco sobre o clima de Kazan: "Hoje o dia está bem frio. A piscina, apesar de ser coberta, não é indoor. Não é fechada. Está bem frio na piscina, foi difícil aquecer, mas foi uma prova mal nadada, mesmo. Nadei mal e estou carregando uma dificuldade desde o começo do ano. É tentar à tarde vir melhor para conseguir essa vaga".

Apesar disso, Cielo evitou contemporizar. “Agora é ficar mais esperto, mais tranquilo, e tentar fazer uma prova melhor. No fim a prova foi dentro do que a gente estava imaginando. Eu é que nadei pior, mas entrei na semifinal e dá para brigar”, concluiu.

O primeiro tempo da prova classificatória dos 50m borboleta foi do francês Florent Manaudou (23s15). Entre os brasileiros, o melhor foi Nicholas Santos (23s41), que acabou em sexto.

“Controlei no fim e me sinto em boa forma. Foi uma boa prova. Acho que posso ir à decisão, mas o 50m borboleta é uma prova difícil, igual para todo mundo”, comentou Manaudou.

“Dei uma boa soltada no fim. Respirei duas vezes – estava pensando em respirar apenas uma. Foi uma competição em que os melhores do mundo estão e que não dá para dar bobeira. O Cesar quase fica fora. Não sei se ele soltou demais ou se não está tão bem. O objetivo era nadar para 23s3 ou 23s4, e aí eu fui bem. Na verdade, fiz esforço nos primeiros 25m. No resto, fui dando uma controlada. A prova está bem forte”, avaliou Nicholas.

As principais histórias das eliminatórias do 1º dia em Kazan:

Brasileiras eliminadas nos 100m borboleta. Na primeira prova da natação no Mundial de Kazan, as brasileiras Daynara de Paula (58s59, 18º lugar) e Daiene Dias (59s75, 31º lugar) acabaram alijadas das semifinais. O melhor tempo foi da sueca Sarah Sjostrom, que marcou 56s47.

Joanna Maranhão avança nos 200m medley. Com 2min12s74, a brasileira fez o 11º tempo na eliminatória e se classificou para as semifinais. “Não chego a uma semifinal nessa prova desde Londres, quando entrei com o 16º tempo. Hoje eu entrei com o 11º. Então, é uma evolução grande. Lá eu nadava 2min14s alto, e hoje eu estou fazendo 2min12s. Estou mais perto delas do que antes, explicou ela.

Brasileira vence e bate recorde, mas acaba eliminada. Manuella Lyrio fez o melhor tempo em sua bateria na eliminatória dos 400m livre (4min10s57) e quebrou o recorde nacional da prova. Contudo, isso foi insuficiente para colocá-la na decisão – como não há semifinais nesse evento, apenas as oito primeiras avançaram.

Primeiro recorde do torneio cai nos 100m peito. O primeiro nadador a derrubar um recorde no Mundial de Kazan foi Adam Peaty. O britânico fez 58s52 nos 100m peito e cravou a nova melhor marca da história da competição.

Brasil vence Estados Unidos no 4x100m feminino? Hong Kong lidera? Um dos destaques do revezamento foi a confusão proporcionada pelo sistema de informação do Mundial. As equipes de Hong Kong e Estados Unidos foram trocadas de posição nos computadores, o que criou uma situação insólita: Hong Kong na liderança, a despeito de ter nadado na raia 9 em sua bateria, e as norte-americanas com o 14º tempo, alijadas da decisão. O erro foi corrigido depois do evento.

Revezamento brasileiro garante vaga olímpica. O Brasil fechou o 4x100m feminino com o 11º tempo (3min40s24) e ficou fora da prova final. Ainda assim, teve motivo para comemorar: o time precisava de um lugar entre os 12 primeiros para assegurar vaga nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Favoritos caem, e Brasil faz segundo tempo no 4x100m masculino. Com Marcelo Chierighini, Matheus Santana, Bruno Fratus e João de Lucca, o Brasil fez o segundo melhor tempo na eliminatória do revezamento (3min13s99, atrás apenas dos 3min12s46 da Rússia). Entretanto, o destaque da prova foi a queda de dois favoritos: Estados Unidos (3min16s01) e Austrália (3min16s34) estão fora da decisão da prova. Os norte-americanos nunca haviam ficado fora sequer do pódio nessa prova em Mundiais.