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Manaudou encerra hegemonia de Cielo nos 50m borboleta; Nicholas é prata

Guilherme Costa

Do UOL, em Kazan (Rússia)

03/08/2015 12h22

O francês Florent Manaudou conquistou nesta segunda-feira (03) a medalha de ouro na final masculina dos 50m borboleta do Mundial de esportes aquáticos de 2015, em Kazan (Rússia). Com tempo de 22s97, deixou o brasileiro Nicholas Santos em segundo (23s09) - a terceira posição foi dividida entre o húngaro Laszlo Cseh e o polonês Konrad Czerniak (ambos com 23s15). Bicampeão da prova em Xangai-2011 e Barcelona-2013, Cesar Cielo fez o sexto tempo (23s21).

"A chegada não encaixou de novo, mas a prova toda não encaixou. Eu não estou nadando bem, não. Foi um pouco melhor do que ontem [domingo], mas esse tempo eu mando em qualquer campeonato no Brasil. Não estou nadando bem, não fiz minha parte e já nadei várias vezes abaixo do campeão dessa prova. Então, é decepcionante. É um pouco triste saber que eu tinha chance de repetir a medalha de ouro. A tentativa de ser tri no borboleta, só em 2017", disse Cielo.

O brasileiro já havia sofrido para avançar nas eliminatórias e nas semifinais dos 50m borboleta. Reclamou de dores no ombro esquerdo, falou sobre o frio em Kazan e admitiu que está longe de seu desempenho ideal. Depois do sexto lugar, o tom da avaliação foi mais resignado: "Acho que com relação à performance é difícil – não está saindo, mesmo. É tentar ficar tranquilo agora. Um dia de cada vez".

A frustração de Cielo no pós-prova contrastou com a alegria de Nicholas Santos. O nadador de 35 anos, que já havia sido quinto em Roma-2009 e quarto em Barcelona-2013, foi ao pódio pela primeira vez. Foi a primeira medalha da natação brasileira em Kazan-2015.

"O objetivo era o ouro. Queria ser campeão mundial na curta e na longa, mas foi a prata. A natação é isso. Só tem cara fera aí. A final é completamente diferente, e esse barulho que a galera faz vibra o nosso corpo. É um momento em que tem de segurar a peteca ali e tentar dar o melhor resultado", explicou Nicholas, que venceu a prova no Mundial de piscina curta de Istambul-2012.

"Fiquei focado na minha linha, na minha raia. Estou bem feliz", completou Nicholas em entrevista ao canal de TV por assinatura "Sportv", lamentando apenas o final da prova: "Foi bem perto. No finalzinho não encaixou tão bem e deu uma deslizadinha [da mão] na parede."

Cielo, por sua vez, demonstrou insatisfação com seu desempenho. "A prova acabou não sendo boa de novo. A saída foi mais ou menos, mas... Esperava estar muito melhor no campeonato. Baixei um pouquinho (em relação ao tempo) de ontem. Mas não tem o que falar. Tem que corrigir isso aí para ir bem na Olimpíada", disse à emissora.

Foi a primeira medalha de Florent Manaudou em finais dos 50m borboleta dos Mundiais. O francês havia sido quinto colocado em 2011 e oitavo em 2013.

O que rolou na segunda sessão da natação em Kazan nesta segunda-feira:

Britânico vence por pouco nos 100m peito. Adam Peaty, favorito ao ouro nos 100m peito, teve trabalho para confirmar o status nesta segunda-feira (03). Ele completou a prova em 58s52, e o segundo lugar ficou com o sul-africano Cameron Van Der Burgh (58s59).

Sueca derruba mais uma vez o recorde. Na semifinal dos 100m borboleta, a sueca Sarah Sjostorm já havia registrado a melhor marca do planeta. Na decisão, mostrou mais uma vez que só concorre com os próprios números, venceu e derrubou o recorde mundial para 55s64.

Guido cai nas semifinais dos 100m costas. O brasileiro Guilherme Guido não conseguiu vaga na decisão dos 100m costas. Ele fez apenas o 11º tempo (53s88) numa classificação liderada pelo australiano Mitchell Larkin (52s38). “Errei duas coisas: a saída e a virada – a saída foi muito funda, e a virada foi muito perto. Para chegar a uma final de Mundial é preciso fazer uma prova perfeita, e hoje [segunda-feira] eu não consegui”, lamentou Guido.

Em casa, russa faz melhor tempo nos 100m peito. A russa Yuliya Efimova foi a dona da melhor marca nas semifinais femininas dos 100m peito. Apoiada pela torcida e aplaudida de forma efusiva quando terminou, ela nadou a prova em 1min05s60.

Etiene fica no quase. Antes do início da semifinal feminina dos 100m costas, Etiene Medeiros havia dito que queria nadar a prova em 59 segundos para atingir a decisão. A brasileira conseguiu o objetivo (fez 59s97), mas isso não foi suficiente. Numa eliminatória muito forte, isso rendeu a ela apenas o nono tempo. “Acho que nadar de novo para 59s foi muito bom. Estou muito feliz, mas ao mesmo tempo estou muito.... sabe? É como aquele quarto lugar de uma Olimpíada ou de um Mundial que eu não posso nadar de novo. Mas natação é assim: por centésimos ou milésimos a gente fica dentro ou fica fora, disse.

Lochte vence, e brasileiro cai nos 200m. Nas semifinais dos 200m livre, o destaque foi o norte-americano Ryan Lochte. Ele fez o melhor tempo da classificação (1min47s18) e sobrou numa bateria que também contou com o chinês Sun Yang (1min46s17, quinto tempo no geral). O brasileiro João de Lucca fez 1min48s23, 16ª marca, e acabou eliminado. “Eu esperava bem mais. Não vi minha passagem, mas acho que fiquei um pouco para trás nos 100m. Na hora em que fui buscar estava tarde demais. Aprendi nessa prova. Todo mundo que nadou aí dá aula”, disse o brasileiro.

Sem cansaço, mas com recorde. Mesmo com o programa mais cheio entre todos os atletas que estão em Kazan, a húngara Katinka Hosszu segue sem demonstrar qualquer sinal de cansaço. Nesta segunda-feira, venceu os 200m medley com 2min06s12 e registrou o novo recorde mundial da prova.