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Leonardo de Deus supera bermuda rasgada e avança às semifinais em Kazan

Leonardo de Deus teve de trocar a bermuda antes da prova eliminatória dos 200m borboleta em Kazan - Danilo Borges/Ministério do Esporte/Divulgação
Leonardo de Deus teve de trocar a bermuda antes da prova eliminatória dos 200m borboleta em Kazan Imagem: Danilo Borges/Ministério do Esporte/Divulgação

Guilherme Costa

Do UOL, em Kazan (Rússia)

04/08/2015 04h46

Não foram apenas os adversários que o brasileiro Leonardo de Deus teve de superar para chegar às semifinais dos 200m borboleta no Mundial de esportes aquáticos de Kazan (Rússia). O nadador venceu sua série e avançou com o quinto melhor tempo (1min55s83) na manhã desta terça-feira (04), mas precisou controlar o nervosismo gerado por um fator externo: a bermuda dele rasgou antes da prova.

“Se eu falar que não fiquei [nervoso] eu estou mentindo. A gente fica, sim. Rasgar o traje na hora em que você está no balizamento, sair correndo.... Mas foi uma boa prova. Independentemente do nervosismo, saí com um pouco de adrenalina, mas está bom. Eu queria nadar para 1min55s9 agora de manhã e nadei para 1min55s8. Está dentro do planejado”, comemorou o brasileiro.

Leonardo de Deus percebeu o rasgo na bermuda no balizamento, pouco antes de entrar na piscina para a eliminatória. Para sorte dele, o brasileiro tinha outro traje e só precisou correr para trocar.

O melhor tempo das eliminatórias foi marcado pelo húngaro Laszlo Cech (1min53s71), seguido pelo dinamarquês Viktor Bromer (1min54s71) e pelo japonês Daya Seto (1min55s60).

“À tarde eu vou botar uma bermuda melhor ainda, zero. Meu objetivo agora é entrar na final, independentemente do tempo. Na final, tudo pode acontecer e qualquer um pode bater na frente”, finalizou o brasileiro.

O que rolou na primeira sessão do Mundial em Kazan nesta terça-feira:

Quinto recorde mundial. O sul-africano Cameron van der Burgh fez a melhor marca do planeta nas eliminatórias dos 50m peito do Mundial de Kazan. O nadador completou a prova em 26s62 nesta terça-feira (04) e derrubou a marca de 2009, que já era dele e havia sido obtida com traje de poliuretano. “Eu sabia que o recorde estava perto de ser quebrado. Queria ter feito isso em Barcelona dois anos atrás. Me sentia capaz de fazer isso, mas fiquei doente no dia da final”, disse o sul-africano.

Brasileiros avançam às semifinais. Na mesma prova em que Van der Burgh cravou o novo recorde mundial, Felipe França (5º colocado, 27s10) e Felipe Lima (oitavo colocado, 27s37) conseguiram se colocar entre os 16 melhores do Mundial. “Para de manhã está bom. A gente vai classificando etapa por etapa, e agora é ver na semifinal. Os adversários estão fortes, mas a gente treinou para vencer”, avaliou França. “Vai ser uma prova boa essa semifinal. Vou ter de nadar forte de novo para estar entre os oito melhores na final de amanhã [quarta-feira]”, completou Lima.

Duelo no feminino. Nos 200m livre para mulheres, a norte-americana Katie Ledecky e a húngara Katinka Hosszu, dois dos principais destaques do Mundial até aqui, duelaram na mesma bateria. Ledecky, 18, venceu todas as provas que disputou em mundiais e Pan-Pacífico desde o ouro olímpico nos 800m livre de Londres-2012 e levou a melhor na seletiva desta terça-feira. “Só queria vencer minha bateria, mas foram tempos bons. Tem sido uma semana fenomenal, e eu espero seguir assim”, disse a norte-americana.

Brasileira consegue vaga inédita. A bateria polarizada entre Ledecky e Hosszu também teve a brasileira Manuella Lyrio, que nadou os 200m livre em 1min58s68 (16º tempo no geral) e avançou a uma inédita semifinal. “As meninas estão num nível um pouco melhor do que o nosso no Brasil, mas eu fiquei muito feliz. Não foi meu melhor tempo da vida, mas eu fiz 1min58s pela primeira vez neste ano. Só por ter feito 1min58s de novo eu fico feliz, e mais feliz ainda por ter pego uma semi, que eu nunca tinha pego”, comemorou.