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Abatido e sem mala, Cielo foca Olimpíada: 'É hora de virar a página'

César Cielo desembarcou após corte no Mundial na Rússia. Ele teve a mala extraviada - Fábio Aleixo/UOL
César Cielo desembarcou após corte no Mundial na Rússia. Ele teve a mala extraviada Imagem: Fábio Aleixo/UOL

Fábio Aleixo

Do UOL, em Guarulhos

06/08/2015 08h08

Cesar Cielo desembarcou na manhã desta quinta-feira, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, desapontado com sua participação no Mundial de Esportes Aquáticos. O atleta foi cortado do torneio em Kazan, na Rússia, devido a uma lesão no ombro esquerdo.

Por conta do problema físico, ele não disputou sua prova favorita, os 50 metros estilo livre, na qual sagrou-se tricampeão mundial. Cielo recebeu outra notícia negativa quando chegou ao Brasil: sua mala havia sido extraviada em algum aparte do trecho Kazan-Moscou-Paris-São Paulo.

Decepcionado com a rápida passagem no Mundial, Cielo se tranquiliza ressaltando que não corre risco de ter sua participação afetada para os Jogos Olímpicos de 2016.

“Na final dos 50m borboleta vi que não estava como esperava e em alguns dias ia ser difícil recuperar. Meu medo era arriscar e agravar a situação. Agora é hora de pensar na Olimpíada. A fase é tão complicada que até minha mala foi extraviada. É hora de virar a página. O livro não acabou”, disse o nadador, que foi recepcionado no aeroporto pela sua esposa, a modelo Kelly Gisch, que está grávida de oito meses.

Cielo fez o sexto tempo na disputa dos 50m borboleta. O nadador afirma que já esperava ficar distante do pódio.

“(O problema) começou na França, quando tive resultados aquém do esperado. Mas imaginava que com descanso daria para cicatrizar. Mas não foi suficiente. Foi um período que não tive ganho no polimento. Nunca tinha acontecido. Acho que foi tudo bem na preparação. Estava fazendo os melhores treinos da minha vida em São Paulo. Em Vichy saiu do trilho completamente. Ali perdi o segmento. Fiquei surpreso porque nunca aconteceu”, disse o nadador referindo-se ao Aberto da França, realizado entre os dias 4 e 5 de julho.

"É bem frustrante uma coisa dessas acontecer. E mais frustrante ainda estava sendo eu nadar sabendo que não era o que eu sei fazer na piscina. Esse era o meu 100% dessa vez, e o meu 100% está muito longe do meu 100% que é o meu melhor. Então, é buscar esse meu melhor aqui em casa", disse Cielo.

Sobre a saída durante o Mundial, Cielo explica que foi uma decisão em conjunto.

“A decisão com a comissão técnica e comissão médica foi de ter uma saída à francesa. Por isso não me despedi de ninguém. Era um momento difícil. Eu para baixo e a equipe precisando de incentivo. Só mandei uma mensagem quando já estava em Moscou. Me machuca olhar de longe”, afirmou.

Nos próximos dias, Cielo passará por novos exames no ombro esquerdo. A expectativa é de que fique afastado dos treinos por 12 semanas, fazendo apenas fisioterapia. Ele não vê ameaçada sua participação no Open de Palhoça entre 16 e 19 de dezembro. O torneio será um dos dois que valerão para a obtenção de índice olímpico.