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Cielo critica suspensão de torneios e vê prejuízo para atletas mais jovens

Nadador citou "injustiça" e "impotência" diante da falta de competições a jovens - AFP PHOTO / CHRISTOPHE SIMON
Nadador citou 'injustiça' e 'impotência' diante da falta de competições a jovens Imagem: AFP PHOTO / CHRISTOPHE SIMON

Do UOL, em São Paulo

03/11/2016 21h56

O nadador Cesar Cielo fez duras críticas nesta quinta-feira à diretoria da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), que anunciou horas antes a suspensão das competições nacionais da modalidade até segunda ordem.

A decisão da entidade é consequência de uma decisão judicial que afastou parte de sua diretoria, incluindo o presidente Coaracy Nunes. Investigada plo Ministério Público Federal de São Paulo, a Confederação ainda suspendeu os salários de seus funcionários.

O quadro gerou um longo desabafo de Cielo. Em sua conta no Facebook, o campeão olímpico dos 50 m livre em Pequim-2008 apontou “tristeza, frustração, raiva e muito sentimento ruim” diante da suspensão dos campeonatos.

“Nós treinamos e nos dedicamos quase todo o ano em busca de uma meta. Em busca de centésimos de segundo. Uma vez por temporada temos a chance de competir polidos e descansados. Somente uma vez. Para muita gente, infelizmente, pode ser que esse semestre fique sem essa chance”, escreveu Cielo.

“A suspensão dos campeonatos nacionais traz tristeza, frustração, raiva e muito sentimento ruim. Mas, na minha opinião, acredito que os piores sejam a injustiça e a impotência”, completou.

Segundo o nadador paulista, as principais vítimas da ausência de competições são os nadadores de categorias menores. “Os nadadores infantis e juvenis, o futuro do nosso esporte, não sabem se terão a oportunidade de competir nesse fim de ano”, lamenta.

“Falta apenas um mês para os dois campeonatos brasileiros e hoje a notícia chega como um balde de água fria. Eles, os nadadores, não fizeram nada errado. Por que serão os grandes prejudicados dessa história?”, questiona.

Ainda em seu desabafo, Cielo lembra toda a logística já realizada para as competições. Além disso, destaca a impotência por “não podermos fazer nada além de torcer pela verdade e para que ela seja rápida”.

“O nosso esporte não merece isso. Nossos atletas não merecem isso. Nossos clubes não merecem isso. Nós treinamos para competir. Nós vivemos para competir”, declarou. “Escrevo como atleta, cidadão e responsável pelo maior projeto social de natação do Brasil, o ‘Novos Cielos’, que inclusive, tem vários nadadores infantis e juvenis”, acrescenta.