Elite da natação pede que Correios mantenham patrocínio após escândalo
César Cielo, Thiago Pereira, Bruno Fratus, Joana Maranhão, Leonardo de Deus, Ana Marcela Cunha... a elite da natação brasileira se uniu neste sábado para apelar aos Correios para a estatal rever sua decisão de interromper o patrocínio à modalidade.
A empresa havia anunciado o fim da parceira na quinta-feira, depois que uma operação da Polícia Federal prendeu Coaracy Nunes, presidente afastado da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), sob a suspeita de desvio de recursos públicos comandado por ele e outros três dirigentes da entidade, Sergio Alvarenga, Ricardo Cabral e Ricardo de Moura. Moura foi o único que não foi preso na quinta, quando a operação Águas Claras foi deflagrada.
Outras cinco pessoas sofreram condução coercitiva no decorrer do processo.
Os Correios mantinham acordo de patrocínio com a CBDA há 20 anos, e neste sábado vários atletas se manifestaram através de seus perfis nas redes sociais tentando convencer a estatal a rever a decisão e mante o repasse. Eles aproveitaram a comemoração pelo dia da natação, 8 de abril, para postar suas mensagens.
“Aos CORREIOS:”, escreveu Cesar Cielo, o nadador brasileiro mais bem-sucedido na história, “nós dividimos conquistas e sempre estivemos juntos. No dia da natação (8 de abril) a minha homenagem vai ao maior parceiro da natação brasileira. Obrigado por tudo! #FicaCorreios.”
Thiago Pereira, o maior medalhista da história dos Jogos Pan-americanos, que se aposentou em março, postou uma foto com sua coleção de medalhas e a frase: “Jogos Pan-Americanos, 2003-2015: eu não estava sozinho. Os correios estavam comigo. #ficacorreios #anataçãoprecisadevocês”
Joana Maranhão, que mesmo antes do escândalo eclodir sempre criticou o que chamava de “ditadura da CBDA”, também pediu à estatal para manter o patrocínio, assim como Bruno Fratus, que também representou o Brasil na Olimpíada do Rio.
De acordo com o processo da operação Águas Claras, os Correios repassariam R$ 11,4 milhões à CBDA em 2016 e 2017. Neste ano, a quantia era de R$ 5,35 milhões.
Os Correios afirmaram que já haviam reduzido com pesar o patrocínio à confederação por questões de orçamento, mas o impacto negativo do escândalo fez com que a empresa buscasse as "medidas legais cabíveis previstas para rescindir o atual contrato de patrocínio", válido para o período de 2017 a 2019.
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