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Surfe: Gabriel Medina perde para australiano e deixa Olimpíadas sem medalha

Gabriel Medina durante as quartas de final nas Olimpíadas de Tóquio - REUTERS/Lisi Niesner
Gabriel Medina durante as quartas de final nas Olimpíadas de Tóquio Imagem: REUTERS/Lisi Niesner

ADRIANO WILKSON

Do UOL, em Ichinomiya (Japão)

27/07/2021 03h10

Eliminado pelo japonês Kanoa Igarashi nas semifinais do surfe, na estreia da modalidade nos Jogos Olímpicos, o bicampeão mundial Gabriel Medina juntou os cacos e voltou ao mar na madrugada desta terça-feira (27). No duelo contra o australiano Owen Wright, eliminado nas semifinais pelo brasileiro Ítalo Ferreira, o primeiro do ranking da WSL (World Surf League) voltou a sofrer e perdeu a disputa pelo bronze.

Logo no primeiro minuto de bateria, Medina tentou pontuar com qualidade, mas, após um caldo, ganhou apenas 0.77. Logo em seguida, numa manobra que findou numa queda "bizarra", o brasileiro não conseguiu abrir sua pontuação da disputa.

Com seis minutos de prova, o brasileiro fez sua primeira boa manobra, mas não fez a pontuação esperada. Mesmo completando a onda, ele conquistou um 5.43 dos juízes. Até os 15 minutos, Owen era quem dominava o placar, com 8.60 pontos, contra 6.53 do bicampeão mundial.

Contudo, o dia não estava para o melhor do mundo. Apesar de uma disputada acirrada, Medina não conseguiu o resultado que o país todo esperava. No final, 11.97 a 11.77 para o australiano.

"Surfei bem, mas infelizmente não deu. Agora é voltar para casa e descansar. É triste quando isso acontece (dúvida na pontuação dos juízes). Muita gente mandou mensagem. É difícil passar o ano treinando e se esforçando, chegando nisso. A minha parte eu fiz. Agora é continuar trabalhando. Tem coisas que não dá para entender, mas é assim", destacou Medina à Globo.

"Já aconteceu tanta coisa que o que vier é lucro. É difícil esperar dos outros. Vou tentar fazer o meu", finalizou.

CAMINHO ATÉ A DISPUTA DO BRONZE

O caminho de Gabriel Medina, primeiro colocado no ranking da WSL (World Surf League) e favorito ao ouro antes de a modalidade estrear nos Jogos Olímpicos, começou com a primeira colocação garantida na primeira bateria. Na ocasião, o brasileiro fez 12.23 e superou o francês Michel Bourez e o alemão Leon Glatzer; o costarriquenho Carlos Muñoz, acionado de última hora para substituir o português Frederico Morais, diagnosticado com a covid-19, não chegou a tempo de participar das Olimpíadas.

No round 3 (oitavas), Medina teve pela frente um adversário que sempre lhe deu dor de cabeça. Um dos principais nomes do cenário do surfe, o australiano Julian Wilson deu trabalho, fez 13.00 pontos, mas acabou sendo derrotado pelo paulista, que findou a bateria com 14.33.

Nas quartas de final, Gabriel entrou no mar de Tsurigasaki para enfrentar o francês Michel Bourez. No reencontro da dupla, e no mano a mano, mais uma vez deu o bicampeão mundial. Com 15.33 pontos, o brasileiro avançou às semifinais, onde teve pela frente o azarão dos Jogos.

No início da madrugada desta terça-feira (27), Medina começou dando show contra o japonês Kanoa Igarashi, mas levou uma inesperada virada, numa nota dada ao anfitrião que levantou perguntas de jornalistas, torcedores e até especialistas —os comentaristas da Globo, Miguel Pupo e Teco Padaratz, ao olhar as ondas que valeram notas mais altas de Igarashi e Medina consideraram que a diferença de pontuação de quase um ponto entre elas, 8.43 contra 9.33 era exagerada. No final, 17.00 pontos a 16.76; triunfo do "dono da casa" e queda do favorito nas semifinais.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que informava a URL da matéria original, Medina não conquistou o bronze. O erro foi corrigido