
08h02 - 09/08/2003 Equipe brasileira tenta derrubar cubanos para aumentar "coleta do ouro"
Murilo Garavello Enviado especial do UOL Em Santo Domingo (República Dominicana)
Em Santo Domingo, o judô brasileiro tentará superar seu desempenho em Winnipeg: 1 ouro, 3 pratas e 6 bronzes. Para isso, terá de diminuir sua desvantagem em relação ao judô cubano, grande bicho-papão das Américas. Em 1999, Cuba levou 9 ouros, 1 prata e 3 bronzes nas 14 medalhas de ouro em disputada na modalidade.
Como no judô não existem cabeças-de-chave, o sorteio pode colocar brasileiros e cubanos frente à frente logo na primeira rodada. Se isso ocorrer, o perdedor já estará fora da luta pela medalha de ouro -pode apenas tentar a sorte na repescagem e terminar, no máximo, com o bronze.
"Para mim não tem essa história, não. Estou acostumado a vida inteira a disputar verdadeiras decisões logo na primeira rodada. Você precisa entrar concentrado o torneio inteiro. Não adianta escolher adversário", diz o pesado Daniel Hernandes, que lutará animado pelo nascimento de seu filho, Gabriel, há dois meses.
Para o Pan-Americano e o Mundial, que ocorre em setembro deste ano, no Japão, a seleção realizou uma preparação "muito boa, organizada" (nas palavras de Hernandes), repleta de viagens, competições e estágios de treinamento.
Os brasileiros disputaram etapas do Circuito Europeu, no início do ano, treinaram em São Paulo com Bélgica e Holanda, disputaram o Pan-Americano de judô na Bahia, foram a Paris para preparação com a seleção local, Rússia e Itália e ainda finalizaram os treinos recebendo os portugueses (de novo em São Paulo).
Os brasileiros apostam suas fichas, principalmente, em dois judocas: o gaúcho João Derly, tido como a maior revelação do país desde Tiago Camilo (prata em Sydney-2000, não conseguiu passar pela seletiva), e Hernandes, titular da seleção desde 1998 ininterruptamente.
Além deles, outros nomes relativamente conhecidos do público estarão na disputa: Henrique Guimarães, bronze na Olimpíada de Atlanta-1996, Edinanci Silva, vice-campeã Pan-Americana em Winnipeg, Vânia Ishii, a única que tentará o bicampeonato, e Carlos Honorato, prata em Sydney-2000.
"Para ser campeão, o Henrique precisa ganhar de um cubano que é uma verdadeira pedra no sapato dele. Ele nunca derrotou esse cara", revela o técnico Luis Shinohara, referindo-se a Yordanis Arencibia. "Acho que as maiores chances de medalha, no masculino, são do João Derly e do Daniel Hernandes. O Daniel tem vencido os cubanos em suas últimas lutas e tem tudo para sair com o ouro".
Neste sábado, estarão no tatame João Derly (categoria até 60 kg) e Henrique Guimarães (categoria até 66 kg), pelo masculino, e Marli Suzuki (até 48 kg) e Fabiane Hukuda (até 52 kg).
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