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Novo centro de wakeboard leva clima de balada de praia para o interior de SP

"Marreco" em ação durante o Campeonato Brasileiro de Cable Park do Brasil - Paulo Anshowinhas/UOL
"Marreco" em ação durante o Campeonato Brasileiro de Cable Park do Brasil Imagem: Paulo Anshowinhas/UOL

Paulo Anshowinhas*

Do UOL, em São Paulo

06/08/2013 06h00

Música eletrônica, rock, mulheres de biquíni, paquera, cerveja e desfile de beldades. O wakeboard conseguiu transformar o calor do interior de São Paulo em uma grande balada com clima de praia. O evento ocorreu durante o primeiro Campeonato Brasileiro de Cable Park do Brasil, realizado em Jaguariúna (120 km de São Paulo), no último final de semana.

O evento, que rolou no Naga Cable Park, ofereceu como diferencial um moderno sistema de torres, cabos de aço e motor elétrico, que substituem os tradicionais barcos utilizados para puxar praticantes de esqui aquático e wakeboard. Segundo os organizadores, essa mudança foi uma opção mais ecológica, dinâmica e econômica.

O ambiente de balada, que mais lembrava uma festa na praia, ao redor do lago do Naga Park, começava pela trilha sonora do Dj Fabio Leal, que tocou um setlist composto de muito "Glitch Hop", com artistas como Staunch, Opiuo, Tipper, Defunk e Goose Bumpz.

Um desfile frenético de beldades animava os participantes do evento, algumas delas prontas para o dia de sol, trajando apenas minúsculos biquínis.

Em solo, alguns dos praticantes treinavam em uma cama elástica para aperfeiçoar a performance antes da competição. E, na água, cerca de 30 competidores disputavam colocações em cinco categorias: feminino, iniciante, intermediário, avançado e pro.

"Eu sou o único gringo por aqui, talvez seja por isso que todos gostam de mim", disse o alemão de Papenburg, Frank Bakker, de 26 anos, que afirmou que essa tendência de cable park vai popularizar o esporte, assim como aconteceu na Alemanha, onde atualmente existem mais de 40 espaços semelhantes.

Apesar de uma boa performance e tantos locais para treinar, Frank não se qualificou para a final.

Ao contrário do amigo alemão, a grande atração do evento era o animado locutor, Marcelo Giardi, o "Marreco", heptacampeão brasileiro de wakeboard, medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, e prata no Pan de Guadalajara, em 2011.

Para o grande nome da modalidade no país, os europeus (com a Alemanha na ponta) são os melhores do mundo na atualidade, seguidos pelos asiáticos. E, mesmo após duas cirurgias no joelho e duas nos ombros, Marreco se prepara para uma nova turnê mundial, que irá começar na próxima semana, no dia 16 de agosto no Mundial de Wisconsin (EUA) da Associação Mundial (WWA) e, duas semanas depois, no Mundial da Federação Internacional (IWWF), em Busan (Coreia do Sul).

Marreco vai com outros quatro brasileiros, os irmãos Gabriel e João Benneton, além de Deco Rondi e Victor Cordeiro.

Para o campeão, que possui seu próprio Centro de Treinamento em Bragança Paulista - em frente ao complexo de skate do Sandro Dias, o Mineirinho, a diferença entre o barco e os cabos no wakeboard, equivalem a um half pipe (barco) e ao street (cabos), no skate. Ou seja, um mais rápido e outro com mais obstáculos, respectivamente. "A essência é o mar", afirma.

Para ele, no entanto, o maior empecilho para a evolução do esporte não está na falta de lugares, mas sim na formação de uma nova geração de crianças praticantes.

Não é o que pensa o jovem Pedro Machado, de apenas 13 anos, filho do dono do Naga Cable, que pratica o wakeboard há quatro anos e diz que "dá para encarar qualquer adulto dentro da lagoa". A certeza se transformou em prêmio, já que ele foi o primeiro colocado na categoria Pro, na frente do grande campeão Marreco.

Já para Allana Guildes, de 19 anos, única mulher a competir com os meninos na categoria wakeskate, "o que vale mesmo é se divertir".

*A reportagem do UOL Esporte viajou a convite da Oakley