Fortaleza

A mente de Marcinha domina seu corpo que obedece levantando pesos descomunais e malhando no meio da madrugada

Felipe Pereira Do UOL, em São Paulo Lucas Lima/UOL

Você já percebeu que nas propagandas de carro as ruas sempre estão vazias? A publicidade sugere que o produto oferecido é um portal para felicidade. Mas o fato é que este universo paralelo de ruas vazias existe. Quase ninguém vê porque o fenômeno acontece às quatro da manhã, hora daquele sono pesado.

Neste horário, até tem gente acordada. Há pessoas em lugares de tragédia, como delegacias e hospitais, e outras em lugares de saudade, tipo aeroportos e rodoviárias. Mas qual regra não tem exceção?

No apartamento de Márcia Fukasawa, 4 da manhã é hora do despertador trabalhar. A fisiculturista tem uma bicicleta ergométrica na sala, e meia hora depois de acordar o pijama já dá lugar à roupa fitness. A programação da Rádio 89 Rock faz companhia durante uma hora pedalando.

E nada de carga baixa, o regulador está no talo. Aquela espécie de orvalho que precede o suor logo aparece na imensidão de músculos da fisiculturista. Qualquer um que olhe as costas de estátua grega que ela ostenta entende como ironia o apelido Marcinha. Tão associada aos músculos, a atleta afirma que a parte mais forte de seu corpo é a cabeça.

Se até o amor e a maternidade têm seu lado negativo, não seria o fisiculturismo o diferentão. Todo dia Marcinha precisa silenciar o incômodo da renúncia ao sono, lidar com preconceito, assédio e ingerir quantidades industriais de água e comida que transformam o prazer de comer e beber em obrigação.

Agora pense quantas segundas-feiras você prometeu começar a dieta e os exercícios. Contabilize o esforço para manter esta rotina e quanto tempo você suportou sem cair em tentações, seja refrigerante, cerveja, cochilo ou coxinha. Marcinha comeu "direito" todos os dias ano passado. Foi para academia 361 vezes - as exceções foram os quatro dias em que competiu.

Pode ser difícil não julgar a mãe que recusa o bolo de aniversário do filho, mas ninguém mantém uma rotina que não traz felicidade. A renúncia é proporcional à satisfação. Marcinha apenas precisa lidar com dificuldades ignoradas pela maioria. Se ela é feliz? Muito. É a melhor no esporte em que é apaixonada. Também é bem consciente. Sabe de onde vem o prazer e onde mora o perigo.

"Fazer força é diversão, gosto muito. É a cabeça que faz você desistir".

Lucas Lima/UOL
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Força bruta

Agachamento é um exercício que imita o movimento que o corpo faz ao sentar. Mas sem a cadeira. Quando a bunda está quase batendo na panturrilha, a pessoa levanta. Sem peso, é somente antinatural. A partir do momento em que os ombros suportam os 20 quilos de uma barra olímpica e 160 quilos em anilhas, o esforço das pernas é brutal. Ao final de oito repetições, Marcinha cerra os dentes e a veia acima da sobrancelha salta. Ela deposita a barra no apoio e dá tapas nas coxas. Foi a primeira de três séries de agachamento.

Já o "leg press" consiste em sentar num aparelho com apoio para as costas colado ao chão e levantar um peso com as pernas no ângulo de 45 graus. Marcinha é uma terrorista de anilhas neste exercício: empurra absurdos 320 quilos. Para gerar esta força descomunal, ela geme alto, num tom impossível de distinguir entre o sexo da melhor qualidade e a dor de uma ferida de morte.

Marcinha é uma mistura de alívio e cansaço quando terminam as séries do "leg press". O personal olha com indiferença. Bruno já foi bodybuilder e sabe o que a fisiculturista espera. Ele precisa ser impiedoso e sádico, quase psicopata, para levar a atleta ao extremo ou um pouco além deste ponto.

Alheio à cara de sofrimento da aluna, Bruno conduz Marcinha para uma parte sem aparelhos da Peralta Fitness. Fica ao lado das imensas janelas da fachada da academia com nome de petshop. O lugar é singular. As pessos passam na calçada olhando o simpático coelho de nariz vermelho pintado na vidraça e fatalmente espicham o olho para ver os marombeiros fazendo força.

No lado de dentro, Marcinha precisa atravessar a pista de grama sintécia vermelha da largura da calçada e com 20 passos de comprimento. Cada vez que um pé avança, ela é obrigada a dobrar o joelho da perna de trás até quase encostar no chão. Nas mãos, halteres da grossura de um pneu fazem a cabeça ficar tão vermelha que parece que vai explodir.

As pernas fraquejam. Marcinha já gemeu, gritou, urrou e está na iminência de falhar. Bruno cola no ouvido dela e justifica seu salário.

"NÃO PARA! NÃO PARA! VAMÔÔÔÔ."

Pela lógica do bodybuilder, foi uma manhã feliz.

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Máquina de mastigar

Assim como fez antes de puxar ferro, Marcinha encara meia hora de aeróbico depois da musculação. Volta para casa na hora do almoço com mais horas de exercício do que muitos acumulam numa semana. Mas o processo de construir músculos não envolve apenas fazer força. É preciso mastigar.

Só em proteína animal, a missão do dia é comer 1 quilo de tilápia. É tanta comida que a bodybuilder come numa bacia. A refeição é na sala porque a mesa da cozinha está ocupada por 6 potões de suplemento. São tão grandes para abrigar os 10,3 quilos de "whey protein" que parecem um botijão em miniatura.

O almoço é a terceira refeição no dia. Os ingredientes variam pouco no bodybuilding o que faz com que cozinhar esteja longe de ser a alquimia mostrada no Masterchef. Mas as quantidades e horários são tão rígidos que a alimentação pode ser chamada de ciência exata. Nada entra no corpo de Marcinha sem avaliação prévia.

A dieta é enviada pelo "coach", profissional que determina o cardápio e os treinos dela. Eles são ajustados toda semana conforme o desenvolvimento dos músculos da fisiculturista.

A rotina alimentar começa logo ao acordar. Antes da bike da madrugada, a bodybuilder toma uma mistura de gengibre, própolis e água morna. Ela apeia da bicicleta às 5h30 e prepara um omelete de cinco claras e duas gemas. Meio abacate batido com whey no liquidificador servem de café da manhã.

Como comer 4 mil calorias

A estante da sala lembra a farmacinha que pessoas com doenças crônicas mantêm em casa. Marcinha tem 27 potes com vitaminas e manipulados. Depois do café da manhã, a atleta saca a folha com a dieta e verifica quais potes devem ser abertos. Só para começar o dia são 14 comprimidos.

Os dois maiores parecem caroço de pêssego de tão grandes e ela toma em separado com goles individuais de água. Os outros são amontoados na palma da mão e Marcinha põe tudo na boca. As pílulas coloridas e o jeito de tomar lembram uma criança comendo vários M&M's de uma vez.

As refeições são essenciais na construção dos músculos, mas todo dia é a mesma monotonia. Ela come um quilo de proteína, 420 gramas de arroz, pelo menos 250 gramas de whey e ingere de cinco a sete litros d'água.

"Meu coach tem mania de arroz, frango e proteína. Carne vermelha, quando aparece, é patinho, que tem menos gordura. Também rola salmão e tilápia."

Só não pense que Marcinha sente saudade de gordices como hambúrguer ou pastel. A escolha para o "dia do lixo", caso ela tivesse um, seria uma suculenta fatia de melancia.

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Marcinha, a mãe

Lidar com esta montanha de comida é o cotidiano de Marcinha. Mas esta manhã pós-bicicleta da madrugada começa diferente. Tais, 12 anos, aparece abatida na sala. O olhar dela é pior do que se espera de quem sai da cama às 6 horas de uma terça chuvosa. A mãe diz para a garota comer que logo se sentirá melhor. Internamente, ela sabe que este começo de dia não será como os outros.

Um dia normal começaria com Marcinha apressando Tais e Roger para que os filhos estejam na escola no horário, com o café tomado e os dentes escovados. Mas quem disse que a menina tem ânimo para comer? Mesmo após tomar o café por insistência da mãe, a carinha continua abatida.

"Ela nunca foi de fazer manha. Está sentindo alguma coisa. Tomara que melhore", explica uma mãe preocupada que entra no quarto e fica uns bons minutos fazendo carinho na filha.

Roger dá o tradicional beijinho em Marcinha antes de ir para a van escolar. Ela vai para cozinha e corta pacientemente sua baciada de tilápia. Livre da tarefa, dá outra corridinha ao quarto de Tais. Está preocupada quando sai de casa para academia.

O celular não traz nenhuma notícia ruim ao final do treino. Já é um começo. Ao chegar em casa, a filha está corada e até o jeito de falar é diferente. O dia de Marcinha volta aos trilhos.

Como mãe só muda de endereço, ela não quer celular à mesa na hora do almoço. Os filhos comem macarrão com carne e legumes. Marcinha pergunta se está gostoso só para ouvir que sim.

Com todos de barriga cheia, os pratos seguem para pia. Roger vai para o quarto e ouve outra recomendação: não ficar muito tempo nos joguinhos.

"Sou mãe de dois filhos. Só muda a estrutura corporal. Quero educar bem meus filhos, ser boa mãe e ver os dois crescerem fortes".

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Hora da resenha

Agora a família está em paz. Marcinha permanece na cadeira enquanto a televisão transmite notícias que ninguém ali está interessado. Mas ela passa a se incomodar um pouco com Roger. Acredita que o filho de 14 anos ligou o videogame em vez de ir passear com Mike. A atleta olha para o cachorro e afirma que o lhasa apso é um amor, nem se importa em conviver com os dois gatos da casa.

Aquela preguiça gostosa pós-refeição reina no começo da tarde. Não tem café, mas parece dia de visita na casa daquela tia querida. Uma história puxa a outra e Marcinha conta que o único animal com quem tem alguma restrição é o gato Luke. Amigável no trato, mas sorrateiro nos modos. Ela lembra que uma vez estava comendo frango no sofá e, de tão cansada, dormiu.

Quando acordou, havia uma sócio dividindo o prato. Pego no flagra, Luke foi arremessado longe e precisou se valer da lei da natureza de que gato sempre cai em pé. O papo cai no bodybuilding e a atleta explica como começou no esporte.

Filha de uma mãe praticante de maratona e de um pai tenente do Centro de Instrução de Guerra na Selva, grupo de elite do Exército, Marcinha cresceu amando praticar esportes e competir.

Ela estudou Educação Física e fez triatlon naquele nível de precisar fazer tratamento para engravidar por causa do baixo percentual de gordura. Uma lesão no joelho a obrigou a fortalecer a perna.

"Peguei encanto por musculação porque o 'shape' veio. Um personal disse para eu tentar o bodybuilding e virei atleta. Não tem uma explicação, amo e pronto".

Marcinha não consegue ficar longe da academia desde então. Quando viaja, olha a academia do hotel antes de fechar a reserva. Ela gosta daquela dor depois do treino, do desafio de aguentar puxar uma montanha de ferro e de vencer competições.

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Alimentada por vitórias

Existe aquele papo de que o importante é competir, de que o caminho é mais bonito do que o resultado final. Tudo balela para Marcinha. Ela é curta e grossa sobre como encara os campeonatos.

"Perder é uma merda. Quando eu perco, choro e fico na maior bad. Ganhar é tudo de bom. E que Deus me perdoe por falar isso".

Marcinha é competitiva no nível máximo. A bicicleta ergométrica fica na frente dos troféus como um lembrete do que está em jogo. Eles são tão sagrados que estão cobertos por panos para evitar poeira. E qualquer esforço é justificável para aumentar a coleção.

Nos Estados Unidos para duas competições, a atleta foi convidada para um "camp" numa fazenda para que sua única preocupação seja treinar. Marcinha só não aceitou porque tem dois filhos. Com o marido, trataria de se arranjar.

A atleta fala que nunca houve uma conversa entre o casal sobre a paixão dela pelo esporte, mas acha que ele sabe a resposta se for obrigada a escolher. E ele perderia. Mas a bodybuilder ressalta que os treinos têm efeitos colaterais positivos para a vida do casal.

O bodybuilding me deu um bumbum fibrado. Que homem não vai querer uma mulher assim? Bumbum fibrado segura casamento

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Amor de academia

O marido de Marcinha é engenheiro e a profissão fez com que passasse uns meses em Manaus no começo da carreira. Ele se matriculou em uma academia e cresceu o olho para cima de uma aluna de 17 anos. Houve reciprocidade e a história do casal começou. Ele voltou para São Paulo e pediu para que a então namorada fizesse uma visita. Recebeu, então, um ultimato da mãe de Marcinha.

"Ela só sai de casa casada".

Assim foi feito. Os dois tiveram dois filhos e vivem juntos até hoje. A atleta trabalhava como instrutora de academia no começo do casamento, mas largou a profissão quando percebeu que gastava quase todo o salário pagando para uma terceira pessoa cuidar da filha.

Deixou o emprego e usou o dinheiro do acerto para abrir uma clínica de estética. Mas Marcinha sabe que não é o padrão de beleza buscado pelas clientes.

"Estou longe de ser a garota-propaganda. Eu me escondo. Bodybuilding não é fitness. A menina da placa na entrada é magrinha. Se colocar minha foto, não vende".

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Marcinha é nome de respeito

No mundo do bodybuilding, Marcinha é alguém na noite. Recebe ajuda com suplemento, academia e até biquíni para competição. Consequência dos títulos. Mas ela fala que no esporte precisa de dinheiro se quiser competir em alto nível. Mesmo com todas as ajudas de custo, as despesas não fecham o mês abaixo dos R$ 10 mil.

"No começo da carreira é pior, pode ir a R$ 30 mil. Bodybuilding é um esporte que você não chega no alto nível se não tiver dinheiro".

O montante recebido com apoios e premiação não cobre os custos e o assunto dinheiro desperta o lado feio do fisiculturismo. O esporte é uma bolha onde todos se conhecem, se encontram nos campeonatos e se seguem nas redes sociais. Marcinha sabe que uns dão parabéns na sua frente e agem diferente pelas costas.

"As pessoas falam: ela conseguiu o título, mas com grana até eu".

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Refugiada na bolha

No fisiculturismo, o corpo é um crachá. Mas, fora dele, muita gente vira a cara ao ver uma mulher tão musculosa. Marcinha afirma que já aconteceu de crianças ficarem curiosas com a presença dela, e as mães puxarem os filhos pela mão ao perceberem que estavam admiradas.

Tem quem quer Marcinha longe, mas também tem quem a deseja muito perto. A atleta lida fácil com cantadas masculinas. Encara o autor, que logo recua e fica mudo. Mas, quando o interesse vem de mulheres, Marcinha fica desconcertada. Para evitar os constrangimentos do assédio e do preconceito, ela prefere se isolar na bolha.

"A estratégia é ir sempre ao mesmo shopping, mesmo restaurante, mesmo supermercado. Quando vou a ambientes estranhos, as pessoas ficam olhando, fazem piadas. Sempre ouço a pergunta: 'como vai o fígado?'".

O questionamento é uma indireta ao uso de anabolizantes, que sobrecarregam o órgão. Marcinha não esconde que acontece, mas diz que a prática é desestimulada pelos organizadores.

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A beleza do palco

Todas as alegrias e desgostos do bodybuilding miram um único momento: a competição. É a data mais importante do ano para Marcinha. Nos dias que antecedem o campeonato, o "shape" é cuidado ao nível da neurose.

Músculos são como flores, desabrocham e o esplendor dura pouco. Para ter chance na competição, Marcinha precisa se apresentar no ápice. Sequinha para os músculos saltarem na cara dos avaliadores.

Por este motivo, ela se submete a uma dieta ainda mais controlada em uma etapa chamada "pré-contest". Nesta fase que antecede as competições, o foco é eliminar gordura corporal sem perder músculo. Carboidrato vira veneno. As quantidades de sal nas refeições são ínfimas.

Se antes ela comia como um leão, agora precisa garantir que vai gastar mais calorias do que consome. Ou seja, menos comida e treinos intensos. Desta maneira, Marcinha baixa dos 91 quilos para 65 em oito semanas.

Mas exagerar na dieta para secar deixa a pele feia, envelhece o rosto e gera perda muscular. A atleta já subiu ao palco com 4,5% de gordura corporal e pagou o preço com derrota. Encontrar esta sintonia perfeita faz a fama dos maiores "coaches" do mundo.

Beleza é fundamental

Os detalhes na semana de competição são tantos que lembram equipe de Fórmula 1 pré-corrida. No dia do campeonato, Marcinha vai para o salão de beleza às 5 horas da manhã.

Precisa fazer mão, cabelo e maquiagem. E não pode ser com quaisquer profissionais. A atleta tem um time de confiança para cuidar dela e todos são avisados do dia D com antecedência.

A confecção da roupa toma meses de preparação. A única coisa certa é que ela se apresentará de biquíni. Mas ele é escolhido com tanto esmero quanto uma noiva definindo o vestido.

Na competição anterior, era uma peça azul, sua cor favorita, com cristais Swarovski. Neste ano, Marcinha optou pelo vermelho por ser a cor preferida da mãe. Como o vermelho já chama bastante atenção, não combina com pedraria. Os croquis chegam com meses de antecedência para a bodybuilder escolher aquele que mais destaca seu corpo.

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Troféu ou choro

Marcinha sobe no palco lembrando das aulas que faz com um ex-árbitro para decorar poses que precisam ser exibidas nas horas certas. A lógica da competição é igual a dos concursos de miss. As concorrentes desfilam no palco e em cada etapa algumas são eliminadas até chegar às finalistas.

No dia anterior, todas ficam se medindo no vestiário e já dá para ter noção das favoritas. Não que elas já não estivessem se medindo há meses via Instagram.

Na hora que entra no túnel, Marcinha experimenta o verdadeiro significado de adrenalina. O DJ estoura uma música nos alto-falantes e o gelo seco cria o clima. Casa cheia, público gritando e a atleta se junta a competidoras mais saradas e besuntadas que o porta-bandeiras de Tonga nas Olimpíadas do Rio.

Os olhos clínicos de 11 árbitros medem cada bodybuilder dos pés à cabeça. O julgamento deles vai responder se Marcinha sairá do palco eufórica ou segurando o choro.

Engana-se quem pensa que os maiores músculos sempre saem vencedores. Simetria e beleza contam. A máxima é que no fisiculturismo feminino a vencedora é eleita na hora que as atletas se viram.

"Os juízes definem quem ganha quando vira de costas. Ter costas top é diferencial, porque costas é difícil de construir. Principalmente para mulheres".

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Tudo é relativo

O bodybuilding é igual maratona, não é possível participar de muitas competições por ano. Faz a derrota doer mais. Marcinha compete nos Estados Unidos e só conheceu vitórias.

Mas mais que troféus, os títulos alimentam um estilo de vida. Até encontrar o bodybuilding, era como se o caminho estivesse perdido procurando Marcinha. Pelo prazer do esporte, ela vai passar por aeroportos, que não são só lugares de saudades. Podem ser de reencontros. Assim como hospital tem a alegria dos nascimentos. Ou seja, nada é estático na vida.

Atribuir valor a alguma coisa é algo totalmente pessoal. Academia e dieta podem ser um saco para muita gente. Para Marcinha, é fonte de felicidade.

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