Único opositor de Nuzman, presidente da CBDG pede intervenção de Dilma no COB

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Ira Wyman/Folha Imagem

    Ex-atleta de bobsled, Eric Maleson, atual presidente da CBDG, é opositor de Nuzman

    Ex-atleta de bobsled, Eric Maleson, atual presidente da CBDG, é opositor de Nuzman

O presidente da Confederação Brasileira de Desportos do Gelo (CBDG), Eric Maleson, foi único eleitor do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) a votar contra a reeleição de Carlos Arthur Nuzman para a presidência do órgão nesta sexta-feira. Derrotado por 30 a 1, Maleson partiu para o ataque a seu adversário e pediu uma intervenção da presidente Dilma Rousseff no Comitê.

"Se continuar assim, não sei onde vamos parar", disse Maleson, logo após deixar a assembléia do COB que reelegeu Nuzman para seu quinto mandato na presidência. "Peço ajuda a presidente  Dilma Rousseff e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, para que possamos mudar."

O presidente da CBDG é ferrenho crítico à gestão do COB e diz que sua confederação não recebe recursos públicos por pressão política de Nuzman. Como o COB é o repassador dos recursos oriundos da Lei Agnelo/Piva, Maleson culpa Nuzman pelos problemas financeiros da CBDG.

Sem receber repasses de verbas desde 2009, a confederação está sob intervenção da Justiça. O interventor nomeado judicialmente e membros do COB chegaram a arrombar a porta da sede da entidade para entrar no local e dar início à administração imposta juridicamente.

Maleson, entretanto, disse que as contas de CBDG estão em dia. Segundo ele, o COB pressionou o Judiciário e conseguiu assumir a CBDG porque ele se opõe a Nuzman. "Estou sendo perseguido porque não quero fazer certas coisas que outros fazem", afirmou.

Para Maleson, a reeleição de Nuzman é um dia triste para o esporte olímpico brasileiro. Ele disse que o presidente do COB conseguiu colocar medo em qualquer entidade que o questione e, justamente por isso, ele foi candidato único na eleição realizada nesta sexta-feira.

"É um dia muito triste", disse Maleson. "Ninguém faz oposição por medo. Eu estou sofrendo ataques há dois anos. Não tenho a mínima autonomia sem verbas para a confederação."

Durante o prazo para registro de candidaturas para a presidência do COB, o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Alaor Gaspar Azevedo, chegou a cogitar a possibilidade de liderar um movimento para a criação de uma chapa de oposição. No entanto, ele mesmo votou a favor de Nuzman nesta sexta-feira. Disse que aderiu à maioria após conversas com o COB.

"Uma série de práticas foram modificadas. A diferença entre os repasses para confederações caiu, por exemplo", contou Azevedo. "Por isso, decidi apoiar Nuzman neste momento."

Logo após o anúncio de sua reeleição, Nuzman discursou e agradeceu os os 30 votos a seu favor. Segundo ele, isso é um estímulo ao seu trabalho à frente da movimento olímpico do Brasil.

Sobre a CBDG, Nuzman disse que a intervenção da entidade foi determinada pela Justiça e não pelo COB. Ele confirmou que a CBDG não recebe recursos da Lei Agnelo/Piva desde 2009, mas informou que isso foi feito pelos problemas nas contas da entidade.

"Não houve invasão", complementou Nuzman, sobre a entrada do interventor na sede da CBDG. "A entrada foi autorizada pela Justiça e o COB acompanhou."

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