COI mostra preocupação com protestos para Rio-2016

Rodrigo Mattos

Do UOL, em Buenos Aires (Argentina)

  • Silvia Izquierdo/AP

    Policiais e manifestantes se enfrentam neste dia 7 de setembro, no Rio

    Policiais e manifestantes se enfrentam neste dia 7 de setembro, no Rio

Durante apresentação do Rio-2016 sobre os preparativos para o evento, em Buenos Aires, membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) demonstraram preocupação de como os protestos ocorridos no Brasil podem afetar os Jogos. Houve perguntas sobre o tema para o comitê organizador da competição, e pedidos de uma melhor comunicação com a população para mostrar benefícios da competição. Também houve cobranças sobre medidas ainda não tomadas pela organização carioca em relação ao evento.

O presidente do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, rebateu dizendo que o país é livre para qualquer um emitir opinião, prometeu transparência e disse que a maior parte da população apoia os Jogos no Brasil. Ele entende que há chance de manifestações até os Jogos.

"Estou um pouco preocupado com essas demonstrações. Essas pessoas que estão protestando com governos. O que essas pessoas querem? E como vão afetar os Jogos? Essas demonstrações sociais podem afetar os Jogos?", questionou o representante da Síria no COI, Samih Moudallal.

"Temos um país livre e democrático. Todos têm direito de se expressar. Não houve protestos contra Copa ou Jogos. Não quero entrar em detalhes de outros países, isso acontece em outros países. As raízes sociais vão existir até os Jogos. Por isso, vamos ter que ser mais transparentes para comunicar o que está havendo", afirmou Nuzan. Posteriormente, em entrevista, ele ironizou a pergunta por vir de um representante da Síria, país envolvido em uma guerra civil. "Não respondi à altura como deveria", disse ele.

Outro membro do COI, Richard Gosper disse estar preocupado com a forma como o comitê organizador se comunica com a mídia e o público. Para ele, é vital que exista uma boa informação para que se mostre os benefícios dos Jogos para a população.

"Em outubro, estamos confiante de que vamos responder bem à mídia internacional. Nossas pesquisas mostraram que 72% apoiam os Jogos. Mesmo entre os manifestantes, 70% têm apoiado os Jogos", afirmou Nuzman. Ele ainda explicou que houve uma troca na diretoria de comunicação com a entrada de Mario Andrada, ex-funcionário da Nike.

Ainda houve um terceiro membro do COI que se mostrou preocupado com pontos críticos dos Jogos que podem gerar protestos. E o contexto social do Brasil também foi citado pela presidente da comissão de avaliação do COI para o Rio, Nawal El Moutawakel. " (O comitê) Leva em conta as lições da Copa das Confederações e do papa. O cenário social e político do Rio e do governo mudou significaticamente. Há hoje uma necessidade que todos trabalhem de fora aberta", pediu a marroquina.

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