Nuzman diz ouvir as ruas e promete cumprir orçamento inexistente

Rodrigo Mattos

Do UOL, em Buenos Aires (Argentina)

  • Felipe Rocha/UOL

    Carlos Arthur Nuzman afirmou ter ouvido as vozes da rua após protestos no Brasil

    Carlos Arthur Nuzman afirmou ter ouvido as vozes da rua após protestos no Brasil

Ao dar explicações para o COI (Comitê Olímpico Internacional) sobre a Olimpíada, o presidente do Comitê Organizador do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, afirmou ter ouvido as vozes da rua e por isso vai se manter dentro do orçamento para os Jogos. O problema é que ainda não há um orçamento finalizado, nem uma matriz de responsabilidades pronta com todas os gastos e funções de cada entidade e governo. Também estão em aberto a localização de seis esportes, fora um cronograma apertado para obras de infraestrutura.

No meio da sua apresentação, Nuzman afirmou: "Muitos brasileiros foram as ruas para pedir melhorias. Vamos nos manter no orçamento. Vamos usar nossos recursos com responsabilidade", prometeu.

A questão é o orçamento definitivo dos Jogos ainda não saiu. Era para ter sido concluído no final de 2012, o que não ocorreu. Depois, foi levado para o primeiro semestre de 2013, mas até agora não está determinado. O que existe até agora é a previsão de gastos do dossiê de candidatura, que estima um gasto em torno de US$ 14 bilhões, em números de 2008, nas obras. Mas esse número já está ultrapassado: o Centro de Tênis, já teve seu valor orçado, tem um estouro do valor previsto.

O COI enfatizou a necessidade de finalizar o mais rápido possível a matriz de responsabilidades, que prevê os gastos e suas divisões por cada nível de governo. "É com isso na mente que a cidade e o governo devem colaborar mais junto para enfrentar desafios do projeto do Rio-2016. Durante a viagem ao Rio, estabelemos três prioridades: finalizar o masterplan, acompanhar o cronograma e acabar a matriz de responsabilidades", afirmou a presidente da comissão de avaliação do COI, Nawal El Moutawakel.

Em relação ao masterplan dos Jogos, o comitê Rio-2016 reconheceu que ainda faltam aprovações para seis sedes de esportes olímpicos. As federações internacionais têm que dar esse aval final, e há pelo menos uma discussão com representantes da canoagem que querem uma instalação maior do que o previsto pelo comitê.

"Não existem dúvidas. A comissão de coordenação dos Jogos já aprovou as mudanças no masterplan. Aguardamos as federações", afirmou Nuzman.

Entre os seis esportes, estão a canoagem, o ciclismo, a marcha atlética, saltos ornamentais e pólo aquático. A marcha atlética pede uma alteração para ir para Copacabana, o que é aceito pelo Rio-2016. O pólo aquático pode ter suas partidas eliminatórias transferidas para o Parque Julio Delamare, que, agora, será mantido pelo governo estadual. Assim, saltos e nado sincronizado teriam mais tempo no Parque Aquático Maria Lenk, onde só haveria as finais do pólo aquático.

Para Nuzman, o COI está contente já que não houve nenhuma grita em relação a atrasos nos questionamentos de membros do comitê. Mas, no domingo, membros do COI afirmaram que houve influência dos atrasos no Rio em favor da candidatura de Tóquio, na eleição da nova sede dos Jogos 2020.

"Foi o compromisso qe foi importante. Os problemas do Rio tiveram um papel"; afirmou o Emir Sheisk Ahmad Al-Sabah à Reuters. O australiano Joan Coates também disse ter ouvido que esses atrasos tiveram influência na votação.

"Tem que perguntar para todos os eleitores", defendeu-se Nuzman.

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