Economia brasileira fraca afeta Jogos-2016, afirma COI

Rodrigo Mattos

Do UOL, em Buenos Aires (Argentina)

  • J. P. Engelbrecht/AFP

    Avaliação no COI é de que o mercado brasileiro mudou desde que o Rio foi escolhido para sediar os Jogos

    Avaliação no COI é de que o mercado brasileiro mudou desde que o Rio foi escolhido para sediar os Jogos

O COI (Comitê Olímpico Internacional) deixou claro que as dificuldades enfrentadas pela economia brasileira estão afetando a capacidade de gerar renda dos Jogos-2012. Isso porque o Comitê Rio-2016 está tendo problemas para fechar contratos de patrocínio, que é uma das principais receitas do evento. É um cenário bem diferente de alguns anos atrás quando o Brasil tinha sinais de excelente potencial de renda.

"Para 2016, eles tiveram um início forte, e completaram vários contratos. Mas o Rio está enfrentando economia difícil no Brasil. Mercado parece bem diferente do que quando foi lançado o programa de marketing. Rio e COI estão trabalhando forte e há várias negociações em curso", explicou Gerhar Heiberg, responsável pelo marketing no comitê internacional.

Pelo esquema do COI, seus executivos trabalham junto com o comitê organizador para fechar parceiros comerciais locais dentro do país. As negociações com patrocinadores estrangeiros são feitas exclusivamente pelo comitê internacional.

De fato, no início, o Comitê do Rio-2016 projetava uma renda recorde com patrocínio e com isso entendia que não seria necessário financiamento do governo para bancar suas despesas. Mas, depois de fechar excelentes contratos como o do Bradesco e o da Nissan, a cidade carioca tem tido dificuldades para fechar novos acordos em categorias restantes.

Ainda mais se levarmos em conta que Londres obteve um alto valor com marketing, mesmo negociando em meio à crise econômica mundial. A cidade britânica arrecadou um total de US$ 1,2 bilhão com seus patrocinadores domésticos, mesmo valor obtido na China. A receita de todo o programa de patrocínio do COI representa 45% do total da Olimpíada.

A maior participação na renda é dos pagamentos por direitos de televisão. Neste caso, em que a negociação é feita exclusivamente pelo COI, ainda não há todos os acordos assinados para o Rio-2016, mas os principais mercados já foram fechados. O homem de finanças do COI, Richard Carrion, projetou que haverá um crescimento modesto nas receitas de televisão.

"Um homem disse que previsões eram perigosas. Terei que arriscar. A maior parte da receita tem a ver com televisão. Concluímos parte da negociação inclusive com a NBC que cobre US$ 4,8 bilhões até a 2020. E já começamos negociação com outras. O aumento em receitas será modesto. Novos mercados são mais lucrativos, mas suspeito que teremos um aumento moderado. Não espero mais do que 10%", disse Carrión.

 

UOL Esporte tentou ouvir o presidente do comitê organizador, Carlos Arthur Nuzman, sobre o marketing dos Jogos, sem sucesso.

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