O jornal inglês Evening Standard publicou nesta sexta-feira (9) que o COI (Comitê Olímpico Internacional) fez uma consulta secreta a Londres para saber se a sede dos Jogos de 2012 estaria preparada para assumir a Olimpíada de 2016, caso ocorram mais problemas com as preparações do Rio de Janeiro.

Segundo a publicação, o Comitê fez uma abordagem informal para descobrir se os locais que sediaram os esportes nos últimos Jogos poderiam ser novamente utilizados daqui a dois anos, se for necessário.

A fonte citada pelo Evening Standard afirma que o COI está pensando em um possível plano B.

"Nesse mesmo estágio de preparação, a organização de Atenas-2004 tinha 40% pronto em termos de infraestrutura, estádios e tudo mais. Londres tinha 60%. O Brasil tem 10%, e faltam só dois anos. Obviamente, a resposta seria voltar a Londres. É muito improvável, mas seria a coisa lógica a se fazer", diz a fonte, segundo o jornal.

Apesar disso, a mesma pessoa ressalta que as chances de ocorrer esse pedido formal a Londres são "infinitamente pequenas", porque seria considerada uma "esnobada sem precedentes ao Rio".

A notícia repercutiu em outros jornais da Inglaterra, como o The Independent e o The Telegraph. O Evening Standard diz que uma possibilidade seria Londres dividir a Olimpíada com a escocesa Glasgow, sede dos Jogos da Commonwealth - que reúne atletas de territórios e ex-colônias britânicas - no próximo mês de julho.

Ao mesmo tempo, Londres quis se mostrar pronta caso essa requisição realmente ocorra. Entrevistado pelo Evening Standard, Will Glendinning, que trabalhou no comitê organizador dos Jogos de 2012 e é hoje diretor de uma empresa que realiza grandes eventos no país, disse que há tempo "mais do que suficiente" para a cidade se aprontar.

"Claro que pode ser feito. Uma das grandes vitrines de Londres é nossa capacidade de sediar grandes eventos", afirmou Glendinning.

Recentemente, o COI tem alternado críticas e votos de confiança ao Rio por causa da demora na preparação dos Jogos.

Na semana passada, John Coates, vice-presidente da entidade, disse que os preparativos para as Olimpíadas da cidade, até então, eram os "piores" que ele já havia visto na história recente dos Jogos e afirmou que a situação estava "crítica". Na mesma entrevista, o dirigente declarou que não havia plano B. "Nós estamos indo para o Rio", ressaltou.

Dois dias depois, em nota oficial, Coates disse estar tranquilo de que o "Rio de Janeiro será capaz de sediar um grande evento em 2016". "Gostaria de salientar que eu ainda acredito que o Comitê Organizador do Rio-2016 e as pessoas do Brasil poderão entregar excelentes Jogos."

Segundo ele, o diretor executivo do COI, Gilbert Felli, havia feito "uma atualização positiva do progresso das obras". "As coisas estão se movendo na direção certa", concluiu Coates no comunicado.