Nuzman minimiza suspeita de corrupção sob parceira de ingressos da Rio-2016
Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio-2016, Carlos Nuzman, minimizou nesta quarta-feira (22) as suspeitas de corrupção sob a CTS Eventim, empresa alemã contratada pelo comitê para prover o sistema de venda de ingressos da Olimpíada. Segundo ele, até agora, nenhuma irregularidade na atuação da empresa na Copa do Mundo de 2006 foi comprovada. Por isso, por ora, não há que se pensar em qualquer mudanças nos planos do Rio-2016 para a comercialização de bilhetes dos Jogos.
"Oficialmente, nós não sabemos de nada", disse Nuzman, questionado sobre a CTS Eventim. "A Copa do Mundo da Alemanha foi em 2006 e até agora não foi apresentado a nós qualquer questão. Nós imaginamos que não tenha qualquer problema."
Na segunda-feira, a Promotoria de Munique, na Alemanha, informou que a Eventim é alvo de um inquérito em andamento no órgão por causa da Copa do Mundo. A empresa trabalhou para a Fifa e o Comitê Organizador do Mundial em 2006. A promotoria suspeita de que a Eventim tenha se tornado parceira na organização do torneio de futebol após subornar um funcionário do comitê organizador.
A Promotoria de Munique investiga ainda um possível desvio de 52 mil ingressos da Copa pela Eventim. Esses bilhetes desviados teriam sido, depois, vendidos por cambistas que atuaram no torneio.
Nuzman lembrou nesta manhã que o Comitê Rio-2016 organizou uma concorrência para decidir qual empresa seria a provedora de ingressos da Olimpíada. A CTS Eventim concorreu com outras companhias. Apresentou todos os documentos necessários. Venceu sem qualquer questionamentos de suas concorrentes.
Por tudo isso, segundo Nuzman, não há motivo para pôr em dúvida a legitimidade da Eventim para trabalhar na Olimpíada. Nuzman disse que só se algo realmente for comprovado contra a empresa é que alguma medida será analisada pelo Comitê Rio-2016. "Se um dia houver algum problema, vamos analisar. Não podemos falar de hipótese"
Vale lembrar que, na Copa de 2014, a Polícia Civil do Rio acusou a Match Hospitality, empresa terceirizada da Fifa, de revenda ilegal de ingressos. Um dos diretores da empresa britânico Raymond Whelan chegou a ser preso.
A Match Hospitality foi a empresa escolhida pela Fifa para oferecer os ingressos do Mundial em pacotes reservados por empresas e para operar as acomodações hoteleiras para os jogadores das diferentes seleções e os dirigentes da entidade.
Os membros da organização investigada estavam com ingressos que pertenciam a dirigentes de diversos países, confederações e empresas que tinham comprado pacotes. Essas entradas eram vendidas por preços muito superiores aos estabelecidos pela Fifa, como a Polícia Civil confirmou em escutas telefônicas.
Os ingressos eram administrados pelo empresário franco-argelino Mahamadou Lamine Fofana, que também chegou a ser detido. Em seu telefone celular foram identificados dezenas de ligações para integrantes da Match Hospitality.
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