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Número 1 do surfe oscila entre fama e anonimato no Salão do Automóvel

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

01/11/2014 06h00

Gabriel Medina está na metade do caminho para a fama. Mesmo num ambiente nada a ver com o surfe como o Salão do Automóvel, houve fila para bater foto com o brasileiro que pode desbancar Kelly Slater e se tornar campeão mundial este ano.

Mas também não foram poucas pessoas curiosas que se aproximaram para verificar o motivo daquela muvuca e continuaram sem entender a aglomeração mesmo depois da explicação. Elas mantinham a cara de interrogação ao ouvir o nome do famoso e ver o rosto do surfista que tem o bronzeado esperado de quem passa bastante tempo na praia.

A maioria das pessoas que conheciam Medina e estava na fila que chegou a reunir cerca de cem pessoas em certo momento era de jovens. As garotas usavam a câmera do celular como espelho para sair bem na foto. O cuidado era necessário porque em instantes as imagens estariam no Instagram ou Facebook. E o selfie fez muito mais sucesso do que os autógrafos, dispensados por muita gente da geração digital.

O número de interessados em estar com o surfista foi maior que a Mitsubishi esperava. A montadora promoveu o encontro nesta sexta-feira em seu stand no Salão do Automóvel, em São Paulo. O evento começava às 18h, mas uma hora antes Gabriela Zimmermann, 12 anos, esperava o ídolo. A adolescente é fã mesmo. Assiste as competições, tem fotos de Medina no quarto, sabe de cor trechos dos vídeos dele e compra as revistas com o atleta na capa. Duas foram levadas para serem assinadas.

Inspirada no ídolo, Gabriela fez a primeira aula de surfe neste ano e mandou bem, conseguindo logo ficar em pé na prancha. Faltava conhecer o atleta pessoalmente o que ocorreu nesta sexta. Mesmo depois de tirar foto, a garota permaneceu próxima à área em que Medina estava. No final, voltou à fila junto com a irmã e a dupla foi reconhecida. Sem problemas, ganhou um sorriso de retribuição e outra vez posaram em frente ao celular ao lado do surfista.

Por causa da idolatria das filhas, Rodney Zimmermann precisou mudar os planos. Preferia ir ao Salão do Automóvel na segunda ou terça-feira porque tem menos movimento, mas não teve como dizer não às garotas. Saiu de São Caetano do Sul às 15h e no começo da noite o celular tinha quase nenhuma foto de carros e um book de Medina.

Na hora em que passou a disposição dos fãs, o surfista mostrou que é espirituoso. Quando dois rapazes pediram uma foto ele apontou o celular para dupla que riu. Mas quando era para valer repetiu as duas poses que mais usou, o V da vitória e o hang loose.

Agora Medina segue para Maresias, na sua cidade natal, São Sebastião, onde participa de uma competição. Mas o torneio que vale mesmo ocorre no Havaí a partir de 8 de dezembro. É a última etapa do circuito e Kelly Slater está na briga, mas tem chances remotas. O grande rival é o australiano Mick Fanning que ganhou a última etapa.

Para garantir o título e se tornar o melhor do ano o brasileiro precisa chegar a final. Isto vai render muita manchete de jornal e certamente ficará menor o grupo de pessoas que não sabe quem é Gabriel Medina nem conhece o rosto do rapaz.