Topo

Gabriel Medina começa busca pelo bi mundial nesta sexta; Saiba como torcer

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

27/02/2015 06h00

A Liga Mundial de Surfe (WSL) vai começar, e Gabriel Medina irá em busca do bicampeonato. A corrida pela segunda taça consecutiva começa na noite desta sexta-feira (horário de Brasília) em Gold Coast, na Austrália, e só terminará em dezembro, novamente no Havaí.

Do fim do ano passado até agora, você ouviu falar muito de Medina e o paulista de 21 anos ganhou o status de novo herói nacional.

Mas você sabe como torcer em um competição de surfe? Sabe por onde os surfistas passam ao longo de toda a temporada ou até mesmo como funcionam as baterias e a pontuação?

Sua resposta é não? Sem problemas. Na lista abaixo, você verá dicas de como fazer para não perder nenhum lance e poder discutir com seus amigos e parentes sem ter vergonha de ser motivo de piadas.

Lembrando que a estreia de Medina será em uma bateria contra o compatriota Wiggolly Dantas e o americano Dane Reynolds.

Périplo pelo planeta e lugares paradisíacos

Por do sol em Pipeline, no Havaí, palco da última etapa IIIIIIII - WSL/Ed Sloane - WSL/Ed Sloane
Pôr do sol em Pipeline, no Havaí, palco da última etapa
Imagem: WSL/Ed Sloane

O Circuito Mundial conta com 11 etapas espalhadas pelos quatro cantos do mundo. A Ásia é o único continente que não sedia um estágio. Cada um destes estágios tem duração de 11 ou 12 dias. 

A Austrália sedia as três primeiras etapas, em Gold Coast (28/2 a 11/3), Bells Beach (1/4 a 12/4) e Maragret River (15/4 a 26/4). Depois, o circuito vem para a América do Sul. O Rio de Janeiro recebe a competição entre os dias 11 e 22 de maio. As disputas ocorrem na Barra da Tijuca.

O périplo pelo planeta segue em  Fiji (7/6 a 19/6), Jeffreys Bay-AFS (8/7 a 19/7), Teahupoo-Taiti (14/8 a 25/8), Trestles-EUA (9/9 a 20/9), Landes-FRA (6/10 a 17/10), Peniche-POR (20/10 a 31/10) até chegar à decisão em Pipeline, no Havaí, entre os dias (8 e 20 dezembro).

Elite restrita e mais brasileiros para acompanhar

Adriano de Souza, o Mineirinho, é um dos brasileiros na elite - WSL/Steve Robertson - WSL/Steve Robertson
Adriano de Souza, o Mineirinho, é um dos brasileiros na elite
Imagem: WSL/Steve Robertson

São 34 os surfistas que participam do Circuito Mundial regularmente e compõem o ranking da Liga Mundial de Surfe (WSL). Mas a cada etapa, dois competidores entram na chave após receberem convites ou passarem por triagens. Desa forma, todo estágio conta com 36 participantes.

E não é só Medina que leva a bandeira brasileira. O país conta com outros seis representantes: Adriano de Souza (Mineirinho), Filipe Toledo, Miguel Pupo, Jadson Abdré, Wiggolly Dantas e Ítalo Ferreira.

Regularidade é fundamental

Em 2014, Gabriel Medina foi campeão vencendo três das 11 etapas - WSL/Kelly Cestari - WSL/Kelly Cestari
Em 2014, Gabriel Medina foi campeão vencendo três das 11 etapas
Imagem: WSL/Kelly Cestari

Assim como em um campeonato de pontos corridos, o importante é estar sempre somando. E ao fim das 11 etapas, cada surfista tem o direito de descartar os dois piores resultados acumulados ao longo do ano.

Os surfistas ganham pontos de acordo com a fase na qual são eliminados em cada uma destas etapas. O campeão leva 10 mil pontos e o vice 8 mil. Quem cai fora da semifinal fica com 6.500. Os quinto colocados (eliminados nas quartas de final) ganham 5.200. Os nono colocados (queda na quinta fase) levam 4 mil e os 13º (queda na terceira fase) ganham 1.750. A eliminação na segunda fase vale 500 pontos.

Nem sempre uma derrota significa eliminação

Em 2014, Gabriel Medina amargou eliminações precoces em três etapas - WSL/KC - WSL/KC
Em 2014, Gabriel Medina amargou eliminações precoces em três etapas
Imagem: WSL/KC

Sair do mar derrotado nem sempre significa que o surfista precisará voltar para casa eliminado. A formatação das chaves de cada etapa permite que um competidor perca até duas baterias e ainda assim fature o título daquela etapa.

Para entender como funciona cada um dos estágios é necessário um pouco de paciência. Mas vamos lá?

A chave sempre é composta por 36 surfistas. Na 1ª fase, são 12 baterias com três em cada uma delas. O vencedor vai diretamente à 3ª fase. Os outros dois disputam a 2ª fase, esta sim eliminatória. São 12 baterias de dois surfistas e apenas quem ganhar avança.

Na 3ª fase, são mais 12 baterias com dois competidores. O vencedor vai à 4ª fase e o derrotado é eliminado.

Na 4ª fase, são quatro baterias de três surfistas. O vencedor avanças às quartas de final. O segundo e o terceiro disputam uma nova repescagem (5ª fase), Neste estágio, são quatro baterias com dois surfistas. O vencedor se junta aos quadrifinalistas e quem perder dá adeus.

A partir das quartas de final, é mata-mata até o fim. Os oitos surfistas se enfrentam em duelos mano a mano até se conhecer o campeão.

Ter paciência é fundamental

Torcida brasileira reunida na praia de Pipeline na decisão do título mundial de 2014 - WSL/Kirstin Scholtz - WSL/Kirstin Scholtz
Torcida brasileira reunida na praia de Pipeline na decisão do título mundial de 2014
Imagem: WSL/Kirstin Scholtz

Acompanhar um torneio de surfe não é tarefa das mais fáceis. A janela de competição dura entre 11 e 12 dias e dependendo das condições do mar é possível que em vários destes dias ninguém vá ao mar. As baterias também não são rápidas.

Elas têm 30 minutos de duração. Isso significa que apenas a primeira fase, que nem eliminatória é, tem seis horas de duração.

A cada dia as baterias começam às 8h locais e terminam por volta das 16h. Dependendo da necessidade da organização, o horário de término pode ser estendido. 

Olho nos árbitros, afinal são eles que decidem

Manobra pode impressionar, mas os juízes são os que mandam IIIII - WSL / Kirstin Scholtz - WSL / Kirstin Scholtz
Manobra pode impressionar, mas os juízes são os que mandam
Imagem: WSL / Kirstin Scholtz

Por mais que você possa achar uma manobra espetacular, muitas vezes elas podem não corresponder aos critérios pré-estabelecidos pelos árbitros. Dependendo da condição do mar, um aéreo simples pode valer mais do que um tubo que você julgue sensacional. Os quesitos para o julgamento são passados para os surfistas antes de eles irem à água.

E não é só um juiz que decide o valor de uma onda. O colegiado é formado por cinco árbitros, livres para pontuar as manobras de 0 a 10, utilizando todas as casas centesimais. A maior e a menor nota são excluídas e se tira uma média das três restantes.

O surfista pode pegar até 15 ondas, mas somente as duas melhores entram na contagem final.

Quanto mais tempo o surfista conseguir permanecer na onda e quão difícil for o garu da manobra executada fazem a diferença no resultado final. 

Vale lembrar que em cada bateria sempre existem prioridades, e um surfista não pode interferir na onda do outro. Elas mudam após o competidor realizar uma manobra.