Guga diz que 1ª conquista em RG foi algo inimaginável e compara título a ganhar na Mega Sena
Há quinze anos, um jovem franzino de roupas coloridas e faixa na cabeça surpreendia o mundo do tênis ao vencer Roland Garros, um dos quatro Grand Slams do circuito. Hoje aposentado, o ex-número um do ranking, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, conta que aquele título foi algo inimaginável e que a chance de acontecer de novo seria a mesma de ele ganhar na Mega Sena.
RELEMBRE A CAMPANHA DE GUGA
1ª rodada | Gustavo Kuerten 3 x 0 Slava Dosedel |
2ª rodada | Gustavo Kuerten 3 x 1 Jonas Bjorkan |
3ª rodada | Gustavo Kuerten 3 x 1 Tomas Muster |
Oitavas | Gustavo Kuerten 3 x 2 Andrei Medvedev |
Quartas | Gustavo Kuerten 3 x 2 Yevgeny Kafelnikov |
Semifinal | Gustavo Kuerten 3 x 1 Filip Dewulf |
Final | Gustavo Kuerten 3 x 0 Sergi Brugera |
"A expectativa era ganhar um jogo ou dois. Para mim já seria um torneio excelente. Mas eu lembro que meu astral tava lá em cima, porque havia vencido o Challenger de Curitiba", relembra o catarinense que tinha na época apenas 20 anos.
"Quando consegui vencer na estreia de Roland Garros, tive uma certa sensação de alívio, e de que poderia curtir o torneio um pouquinho mais. Na segunda rodada dei um passo adiante, porque passei pelo [sueco] Bjorkman (número 23 do ranking). Então achei que já havia feito um torneio excelente, e entrei no jogo contra o Muster (número cinco do ranking e ex-campeão de RG) sem nada a perder. E apesar de não ter expectativa nenhuma de vitória, as coisas começaram a funcionar de tal maneira que venci.
No entanto, para Guga, a sensação de que ele poderia ser campeão veio somente nas quartas de final. "Só me caiu a ficha de que poderia ser campeão quando eu ganhei do Kafelnikov, um cara que era o número 3 do mundo. Durante a partida começou a sair de mim um jogo que nunca havia saído. Aquele jogo foi um divisor de águas. Uma das três grandes vitórias da minha carreira".
Coincidentemente, o russo acabaria sendo figura constante nos demais títulos de Guga em Roland Garros (2000 e 2001), sempre sendo derrotado pelo brasileiro nas quartas de final.
"Eu até hoje não entendo [como foi possível ser campeão]. Fazendo uma análise profunda, tantos anos depois, eu acho que fui guardando informações sem perceber. Ia aprendendo a cada jogo alguma coisa. Foi muito estranho que minha primeira vitória num torneio ATP tenha sido em um Grand Slam. Eu jamais havia ambicionado aquilo. A chance de acontece algo de novo é a mesma de eu ganhar na Mega Sena", finalizou o maior tenista da história do Brasil.
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