Serena mantém freguesia, bate Sharapova e ganha Roland Garros após 11 anos

Já se vão nove anos de confrontos, e nada de Maria Sharapova conseguir superar o fantástico jogo de pancadas fortes na bola de Serena Williams. Nem no saibro, piso mais lento, a russa conseguiu contornar a diferença de força e, pela 13ª vez seguida, acabou derrotada pela americana. Serena, com parciais de 6-4 e 6-4, conquistou na manhã deste sábado sua segunda taça em Roland Garros, 11 anos após a primeira.

Por mais disputada que tenha sido a decisão - tanto que durou longos 51 min. no 1° set e 55 min. no segundo -, o tabu fala mais alto e mostra porque Serena é a número um do mundo, enquanto Sharapova "amarga" a segunda posição no ranking da WTA. Desde 2004, quando se encontraram pela primeira vez, Sharapova só venceu dois dos 16 duelos, e ambos ainda naquele ano.

Já Serena encerra sua sina negativa em Paris: desde que ganhou em 2002, numa final contra a irmã Venus, ela amargou alguns vexames no saibro francês. Em 2012, por exemplo, caiu ainda na estreia, contra a desconhecida francesa Virginie Razzano, que estava na 111ª posição do ranking à época.

O título de Roland Garros é o 16° de Grand Slam da americana. Além dos dois em Paris, ela possui cinco taças na Austrália e em Wimbledon e mais quatro nos EUA. Ela também alcançou a 31ª vitória seguida no ano, sua maior marca na carreira. Sharapova, por sua vez, perdeu a chance de defender o título em Paris, onde triunfou em 2012 em final contra Sara Errani.

O jogo

O início do jogo foi uma dica do que ocorreria: apesar do saque ser de Sharapova, Serena conquistou os três primeiros pontos da final. Forma, no total, quatro chances de quebra para a americana só no primeiro game, mas a russa conseguiu se salvar e abriu um a zero.

Sharapova, empolgada, aumentou o volume de seus gritos e conseguiu quebrar Serena logo em seguida. Vibrou muito, talvez além do normal. E isso motivou Serena.

Quase que como provocação, a americana quebrou Sharapova no game seguinte, após um belo smash, e vibrou como se tivesse vencido o jogo. Confirmou em seguida e, no quinto game, teve três break-points para quebrar e virar a decisão.

Depois de 51 minutos, set longo para o padrão da chave feminina em Roland Garros 2013, Serena fechou em 6-4. A prova de que ela abusou das bolas fortes veio nas estatísticas: 9 a 4 em bolas vencedoras, forçou 18 erros de Sharapova e ainda teve mais erros não-forçados, mostrando que arriscou bastante (12 a 6).

Curiosidade: após os quatro primeiros games da partida, Sharapova já havia igualado a quantidade de pontos que Sara Errani havia conquistado em toda a partida semifinal contra Serena Williams.

O fim da seca

Serena precisava apenas garantir mais um set para, 11 anos depois, levantar a taça em Paris, naquele que muitos consideram "o mais charmoso" Grand Slam. 

Da mesma maneira que na primeira parcial, Sharapova teve que salvar diversos break-points para conseguir salvar seu serviço. Dessa vez foram cinco. Só que, no terceiro game, Serena não desperdiçou a chance: um break confirmado. No game seguinte, pela primeira vez Serena conseguiu fechar sem sofrer pontos, mostrando que a taça estava próxima.

A partir daí, ela apenas confirmou seus saques, sem muitas dificuldades e, após o ponto final, ajoelhou no saibro de Paris. Vitória por 6-4 e o choro de felicidade na quadra Philippe Chatrier. Do outro lado da quadra, o sentimento oposto: Sharapova foi às lágrimas ao dar entrevista como vice-campeã.