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Djokovic vence batalha de 4 h e vai à final nos EUA pelo 4º ano seguido

Novak Djokovic conquistou uma vitória na raça sobre Wawrinka para ir à final - Emmanuel Dunand / AFP
Novak Djokovic conquistou uma vitória na raça sobre Wawrinka para ir à final Imagem: Emmanuel Dunand / AFP

Murilo Garavello

Do UOL, em Nova York (EUA)

07/09/2013 17h36

O sérvio Novak Djokovic vai disputar a final do Aberto dos EUA pelo quarto ano consecutivo. Após cinco vitórias em que perdeu apenas um set no total, na semifinal, realizada neste sábado, o número um do mundo demonstrou grande força mental e física para superar a excelente forma do suíço Stanislas Wawrinka em uma batalha que durou 4 horas e 9 minutos e passou a ser o terceiro jogo mais longo da história do torneio. Após perder o primeiro e o terceiro set, Djokovic chegou à 13 vitória em 11 jogos contra Wawrinka com parciais de 2-6, 7-6 (7-4), 3-6, 6-3 e 6-4.

Na final, programada para segunda-feira, Djokovic tentará seu segundo título no Aberto dos EUA contra o espanhol Rafael Nadal, que venceu o francês Richard Gasquet por 3 sets a 0. Com a vitória neste sábado, o sérvio garantiu a permanência na liderança do ranking da ATP -mesmo que perca uma eventual final contra Nadal, atual número 2. 

Disputado sob intenso sol, em um calor de 30º C após o início às 12h locais em Nova York, o jogo opôs um tenista que vivia a melhor semana de sua carreira ao número um do mundo, mais preparado mental e fisicamente do que o adversário e atuando em sua 14ª semifinal de Grand Slam consecutiva. As belas trocas de bola e o alto nível técnico empolgaram a torcida. O auge se deu no terceiro game do quinto set. Após um ponto emocionante, Wawrinka sentou-se em uma mureta e pediu que o público aumentasse o grau de aplauso. De pé, as mais de 20 mil pessoas presentes ao Ashe Stadium gritaram bastante. Quando o ruído começou a diminuir, foi a vez de Djokovic gesticular, pedindo apoio. O sérvio foi prontamente retribuído. 

Jogando a primeira semifinal de Grand Slam de sua carreira, Wawrinka, 28, exibiu no jogo o tênis exuberante que o levou a derrotar os favoritos Berdych (cabeça-de-chave número 5), nas oitavas, e Andy Murray (terceiro do ranking e atual campeão do Aberto dos EUA) nas quartas de final. O amplo repertório do suíço combinou paralelas de backhand com cruzadas anguladas, grande variação de velocidade das bolas, um slice eficiente e até drop shots. Djokovic, por sua vez, não jogava bem, com muitos erros não-forçados e pouca agressividade. Com três quebras de saque, Wawrinka fechou o primeiro set em 6-2.

"Obviamente Stanislas começou o jogo com maior agressividade, jogando um tênis muito bom. Ele foi o melhor jogador da partida pela maior parte do tempo. Tentei me manter no jogo, aguentar de alguma maneira. Tive de correr muito atrás da bola, porque eu não estava jogando como gostaria", admitiu Djokovic após a partida. "Tive sorte de jogar meu melhor tênis quando mais precisava".

A superioridade de Wawrinka se estendeu para o começo do segundo set. Djokovic elevou o nível do seu jogo e, no quarto game, conseguiu três chances de quebra. Wawrinka salvou as três. Demonstrando irritação e incredulidade, após duas das chances perdidas, Djokovic olhou para o técnico, sentado nas arquibancadas, como que procurando inspiração. Acabou recebendo uma advertência formal do árbitro - é proibido aos jogadores comunicar-se com o técnico durante o jogo.

"Achei que não foi justo naquele momento, porque eu não troquei nenhuma mensagem. Mas em outras partes do jogo, sim, eu estava em dificuldades e meu técnico tentou me ajudar. Então, no fundo, não tenho do que reclamar", disse Djokovic.

Após quebrar o saque de Djokovic no game seguinte, Wawrinka pareceu relaxar e deu demonstrações de perda de foco. Começou a colecionar erros não-forçados, permitindo a reação de Djokovic, que manteve-se consistente. O sérvio devolveu a quebra no oitavo game e, no tie-break, ganhou de presente três pontos em erros do rival - inclusive uma dupla falta.

No terceiro set, após salvar um break point logo no primeiro game, Wawrinka retomou a forma do primeiro set e, após seis games em que os sacadores pouco foram ameaçados, o suíço quebrou o saque de Djokovic no oitavo game, ganhando os quatro pontos da parcial. Confirmando o serviço no game, seguinte, fechou o set em 6-3 e passou a ter vantagem de 2 sets a 1.

No início do quarto, Wawrinka novamente "saiu" do jogo. Teve seu serviço quebrado logo no segundo game após uma dupla falta. Logo depois, no terceiro game, irritado após novo erro, o suíço despedaçou sua raquete ao atirá-la ao chão, e recebeu uma advertência do árbitro e vaias da torcida. Djokovic, por sua vez, cresceu e passou a ter seu melhor desempenho no jogo. Wawrinka tentou quebrar o ritmo do sérvio solicitando um atendimento médico no quinto game, mas a estratégia não funcionou: Djokovic venceu o quarto set por 6-3.

No quinto set, a impressão de quem assistia à partida é que, conforme o tempo passava, Wawrinka tinha mais dificuldades para manter-se nas trocas de bola e errava mais. Já Djokovic parecia mais afiado, com golpes mais precisos, com expressão corporal que não demonstrava cansaço. O resultado, previsível, foi a vitória dele por 6-4. "Lutei até o final, dei tudo o que eu tive. Ele foi melhor", resumiu o suíço.