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Kevin Spacey é o maior torcedor do mundo de Andy Murray

Clive Brunskill/AFP
Imagem: Clive Brunskill/AFP

Do UOL, em São Paulo

02/04/2014 16h14

Aos 54 anos, já com dois Oscars no currículo, Kevin Spacey passa por um dos melhores momentos de sua carreira com o papel do político americano Frank Underwood, que ele interpreta na série House of Cards, do Netflix, obcecado pelo poder. Fora das telas e longe dos conluios de seu personagem e outras atuações, o ator investe em outra fixação que rompe os limites de um hobby: o tênis e Andy Murray, seu ídolo dentro das quadras. 

E neste caso, não estamos falando em ídolo que se acompanha os resultados e torce na televisão. É mais do que isso. Ele vem viajando o mundo nos últimos dois anos atrás do escocês. 
 
Em uma entrevista para a revista Hollywood Reporter, ele mesmo se descreve como uma espécie de “groupie” do tenista. Durante a disputa do Masters de Indian Wells, na primeira quinzena de março, ele alugou uma casa perto da cidade californiana que recebeu o evento só para acompanhar as partidas de Murray. 
 
No estádio, ele só não ficou no camarote do próprio jogador porque ele já estava lotado com o técnico, namorada e parceiros comerciais do atleta. Sem problemas, já que ele foi convidado para um lugar em um box ao lado, ao lado da quadra. “Às vezes eu penso em sussurrar para ele: ‘Keyser Soze está atrás de você”, brinca Spacey, relembrando seu famoso personagem de Os Supeitos, que lhe rendeu seu primeiro Oscar, de ator coadjuvante, em 1995. 
 
A reportagem da publicação americana descreve o comportamento de Spacey na arquibancada como de um verdadeiro torcedor. Sussurra “vamos lá” nos momentos que sente seu ídolo em dificuldade, aplaude de forma intensa nos pontos vencedores e lamenta a cada lance perdido. 
 
E quando a partida acaba, nada de deixar o tênis de lado. O ator possui dois técnicos profissionais, com quem mantém um programa de treinamento . Assim, ele também mantém em dia a sua forma física, como faz Frank Underwood, que em House of Cards, após passar a primeira temporada fazendo exercícios de musculação em um aparelho de remadas, corre com sua esposa, Claire, pelos parques de Washington. 
 
“Kevin não faz nada pela metade”, conta Dana Brunetti, seu parceiro na produção de House of Cards. “Quando ele entra em algo – seja malhar ou aprender um instrumento musical – ele entra com tudo. Ele sempre foi fã de tênis, mas ultimamente se tornou uma obsessão”, continua. 
 
E tudo bem que o tênis americano não passa por seus melhores momentos, com apenas um jogador entre os trinta melhores do mundo - John Isner, nono -, mas não deixa de chamar a atenção essa dedicação toda para acompanhar um tenista britânico. “Eu sou britânico”, rebate à questão. Não é verdade, já que ele nasceu em Nova Jersey, na costa leste dos Estados Unidos, e cresceu na Califórnia, na oeste. Mas, vivendo em Londres há 10 anos, ele realmente abraçou sua nova casa, onde fundou um grupo de teatro. Até mesmo House of Cards, seu atual sucesso, é na verdade baseada em uma minissérie de mesmo nome da inglesa “BBC” que foi ao ar nos 90. 
 
E entre essa dedicação tanto ao tênis quando à sua carreira de ator, ele aponta as semelhanças que o fazem juntar essas duas paixões em sua vida. “O que eles fazem é uma perfomance e é atlética, e eu sempre busquei isso no teatro da mesma forma. É diferente toda vez que você sobe no palco, assim como toda vez que eles entram em quadra. Você tem que estar sempre preparado, sempre vivo e sempre disposto a buscar uma nova direção”, concluiu.