Documento prova: presidente da CBT usou dinheiro público com conta pessoal
O presidente da CBT (Confederação Brasileira de Tênis), Jorge Lacerda da Rosa, utilizou recursos de origem pública que pertenciam à confederação que preside para pagar despesas pessoais suas e de sua família, como salário da empregada doméstica e compromissos financeiros da empresa de confecções de sua mulher, Márcia Beatriz Dutra.
A revelação foi de Kátia Mueller, ex-contadora da CBT, que prestou depoimento ao Ministério Público do Estado de São Paulo nesta sexta-feira, em processo que apura denúncias de irregularidades na Confederação Brasileira de Tênis, que foram primeiramente reveladas pelo UOL Esporte, como a de que Lacerda fez uso de "contas fantasmas" para movimentar dinheiro da confederação de tênis. A reportagem conversou na tarde desta sexta-feira com Juliana Alvo, diretora de comunicação da CBT, que afirmou que Lacerda não iria se pronunciar nesta sexta-feira por "estar indisponível".
“Muitas prestações de contas da Confederação Brasileira de Tênis de verbas recebidas dos Correios e do Ministério do Esporte foram feitas com notas fiscais frias ou fabricadas”, revelou a contadora Kátia Muller, em depoimento a promotores paulistas.
A contadora, que havia se comprometido juridicamente a dizer exclusivamente a verdade em seu depoimento, sob pena de perjúrio, disse que existia “desvio de verbas e de enriquecimento pessoal”, referindo-se ao ex-patrão, Jorge Lacerda da Rosa, que tinha auxilio-moradia, aprovado pela assembleia da CBT, mas com valores que variavam mës a mês, até se transformar em "salário".
Além da cópia dos documentos que entregou aos promotores, Katia Muller disse que esses registros encontram-se nos balanços da Confederação em “contas a pagar”. As facilidades no uso das verbas da CBT serviam, inclusive, para pagar o consórcio do apartamento adquirido em São Paulo por Jorge Rosa, no valor de R$ 2.496,98 mensais. Os comprovantes de pagamento do Banco do Basil registram “transação efetuada com sucesso por Jorge Lacerda da Rosa”.
Distribuição livre de recursos públicos
Segundo a contadora Kátia Mueller, era comum Jorge Rosa distribuir entre os funcionários da confederação o dinheiro advindo de contratos públicos de patrocínio ou fomento ao esporte que não era gasto em determinado projeto. “Quem recebia, passava um recibo que era apresentado na prestação de contas, justificando o uso de todo o patrocínio recebido. Eram recibos fabricados”, declarou Kátia.
Além disso, os torneios promovidos pela CBT seriam superfaturados, afirma a contadora. “As verbas eram públicas, e o que vi é considerado corrupção. Não importa se roubaram pouco ou muito, o fato é que roubaram”.
A reportagem do UOL Esporte encaminhou pedido de entrevista com o presidente Jorge Lacerda da Rosa, mas até a edição desta reportagem a única informação passada foi a da diretora de comunicação da CBT, de que lacerda está "indisponível". Da mesma forma, questionou os Correios, patrocinador oficial da CBT, colocando o espaço à disposição para divulgar a manifestação na íntegra.
Fontes de recursos
Para desenvolver o tênis brasileiro, a Confederação dirigida por Jorge Rosa recebe patrocínio dos Correios, patrocinador oficial, e da Lei Agnelo Piva, via Comitê Olímpico Brasileiro.
De 2008 até hoje, a CBT recebeu R$ 34 milhões dos Correios, sendo R$ 15,9 milhões no período 2012/2014. Já da Lei Piva foram destinados R$ 3,9 milhões em 2013 e o mesmo valor este ano.
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