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Finalistas, Serena e Sharapova têm rivalidade que já envolveu até namorados

Do UOL, em São Paulo

29/01/2015 15h00

A decisão feminina do Aberto da Austrália colocará frente a frente as duas principais tenistas da atualidade. Duas primeiras colocadas do ranking mundial, Serena Williams e Maria Sharapova farão um duelo cercado de rivalidade e que opõe dois estilos completamente diferentes. A partida ocorrerá no próximo sábado (31), com acompanhamento ao vivo do Placar UOL Esporte.

Serena e Sharapova são verdadeiras antíteses. Uma é norte-americana, negra, fisicamente muito forte, descolada e extrovertida.  Não costuma ter papas na língua ou vergonha de chamar a atenção nas redes sociais – sempre ao lado da inseparável amiga Caroline Wozniacki. A outra é russa, branca, franzina e discreta. Evita expor sua vida pessoal, já admitiu não ter amizades no circuito e tem grande cuidado com sua imagem, com a qual ganha muito dinheiro ao representar as mais diversas marcas pelo mundo.

Diferença de estilos que já provocou ‘faíscas’ entre as duas tenistas em 2013, em polêmica que envolveu até seus respectivos namorados. Em entrevista à revista Rolling Stone, Serena chamou a rival de tediosa e falou que a russa namorava uma pessoa de “coração negro”, em uma referência ao búlgaro Grigor Dimitrov.

Sharapova respondeu na mesma medida, lembrando do relacionamento da norte-americana com o técnico francês Patrick Mouratoglou – que largou mulher e filhos para assumir namoro com a tenista. A repercussão do caso fez com que Serena pedisse desculpas, mas o estrago já estava feito.

Em quadra, o retrospecto é totalmente favorável à norte-americana. Foram 18 confrontos e 16 vitórias de Serena. A última vez que Sharapova saiu vencedora ocorreu na decisão das Finais da WTA de 2004. De lá para cá foram 15 triunfos da número 1 do mundo, sendo quatro em Grand Slams e um na final olímpica dos Jogos de Londres-2012.

“Tenho grande orgulho disso. Mas não é algo que eu fique pensando. Acredito que meu jogo encaixe com o dela. Amo jogar contra ela, acho divertido. Amo sua intensidade”, disse Serena. “Maria joga demais. Sei que ela quer muito ganhar. Está na final porque é uma lutadora e se recusa a desistir. É um novo jogo e ela não tem nada a perder, apenas a ganhar”.

“Tenho um retrospecto terrível, para dizer o mínimo”, admitiu Sharapova. “Mas isso não importa. Estou aqui por um motivo. Eu acredito que tenho chance e farei tudo o que puder para sair com o título. É um confronto realmente complicado para mim, mas sou competitiva. Farei tudo o que puder para mudar esse resultado”.

O histórico fala a favor de Serena. Além do retrospecto positivo contra Sharapova, a líder do ranking levou o título nas cinco vezes anteriores que chegou à final em Melbourne. Já Sharapova busca seu segundo troféu na Austrália, onde decidiu o campeonato em outras três oportunidades.

“Pressão é um privilégio. É o que Billie Jean King sempre diz”, afirmou Serena. “Já ganhei esse torneio em outras oportunidades, então não tenho obrigação de ir lá e ganhar outro título. Eu quero isso, mas não é vida ou morte para mim. Acho que isso me ajuda a relaxar”.

Em 2015, Serena e Sharapova passaram com certa tranquilidade por suas adversárias até a final, tendo perdido apenas um set cada. A russa foi quem se viu em maiores dificuldades ao defender dois match points na segunda rodada contra a compatriota Alexandra Panova. Desde então, não foi mais ameaçada.

“Acho que minha confiança deve ser muito alta por chegar a uma final de Grand Slam, não importa que eu irei enfrentar”, opinou Sharapova. “Você não poupa nada de si, sabe que não tem mais seis ou sete jogos pela frente. Sabe que é o último. Você tem que dar tudo o que tem até o último ponto”.