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Tenista italiano fã de Materazzi quer acabar com sua fama de bad boy

Fabio Fognini Palmeiras - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

12/02/2015 06h00

O italiano Fabio Fognini ocupa a 26ª posição do ranking mundial de simples, chegou ao 13º posto em março do ano passado e em janeiro deste ano conquistou o título da chave de duplas do Aberto da Austrália ao lado do amigo e compatriota Simone Bolelli. Em São Paulo, é uma das principais atrações do Aberto do Brasil, no qual enfrenta nesta sexta-feira o colombiano Santiago Giraldo (33º), pelas quartas de final, em jogo que tem início por volta das 21h.

Mas quando se fala em Fognini a imagem que vem à cabeça é a de um bad boy, um tenista sempre disposto a arrumar confusão quando pisa em quadra.  E o histórico pesa contra.

Ao longo de sua carreira, já irritou adversários e criou caso com diversos árbitros e até torcedores, como no ano passado, quando mostrou o dedo do meio para o público no Masters 1.000 de Xangai após perder para o local Chuhan Wang (553º) por 2 sets a 0.  Como resultado de seu temperamento intempestivo, já recebeu advertências e várias multas da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).

“Já recebi muitas multas no passado, fiz algumas coisas más, realmente. Mas o importante é que sempre vi onde me equivoquei e pedi desculpas pela reação. Sei que este tipo de comportamento prejudica a mim e ao meu tênis e quero mudar. Tenho feito um grande trabalho para me controlar, quero mudar algo que me custou muito. Colocar uma pedra em cima disso tudo”, disse Fognini em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

Fognini 1 - AP Photo/Vincent Thian  - AP Photo/Vincent Thian
Imagem: AP Photo/Vincent Thian

“Está me custando um pouco e talvez esteja afetando meu tênis (perdeu os dois jogos de simples que fez neste ano). Mas estamos quase na metade de fevereiro e ainda não tomei nenhuma multa, nem tenho nenhuma raquete quebrada (risos)”, brincou Fognini, que diz não ter muitos amigos no circuito mundial.

“O tênis é um esporte egoísta. Tenho mais amizade com os italianos e com o Simone (Bolelli), que conheço há muito tempo. Nos falamos quase todos os dias. Mas também tenho alguns inimigos”, completou.

Apaixonado por futebol, torcedor da Inter de Milão e do Genoa e fã de Ivan Zamorano e Marco Materazzi, jogadores conhecidos pelo comportamento explosivo, Fognini tem a fama de nervosinho até em casa. Quando criança e também na juventude, era chamado pelos pais de Zangado, em referência ao anão do conto Branca de Neve e os Sete Anões. Até por isso, ele possui uma tatuagem do personagem em seu quadril.

“Em casa, minha mãe e meu pai me diziam Zangado pelo meu comportamento. Quando estou bastante nervoso comigo mesmo, sou um tipo assim mesmo de cara fechada e irritado. Mas fora da quadra sou relaxado, gosto de me divertir”, disse o italiano, que mostrou-se bastante descontraído durante a entrevista que teve quase 20 minutos de duração.

Fognini 2 - Reprdoução - Reprdoução
Imagem: Reprdoução

Apesar da fama de bad boy, Fognini também tem seu lado de bom moço. Em julho do ano passado, ele topou a proposta de posar nu para a revista inglesa Cosmopolitan em uma campanha para arrecadar fundos para pesquisas que ajudam no combate ao câncer de próstata no Reino Unido.

“Eu não me considero um sex symbol. Nunca gostei de ficar pelado fazendo fotos. Mas aceitei a proposta porque era por um objetivo muito forte e importante. E acredito que teve um grande impacto”, disse o italiano.

Fognini disputa um torneio da ATP no Brasil pela oitava vez e jamais conseguiu chegar à final. Além de acabar com esta sina, o italiano também aproveitará para ver de perto a festa do Carnaval no Rio de Janeiro. Isso porque na semana que vem estará na Cidade Maravilhosa para a disputa do Aberto do Rio.

“Acho que não irei ver os desfiles porque quero ficar concentrado no torneio, mas será interessante estar na cidade e ver como as pessoas festejam, pois é um acontecimento que tem proporção mundial”, disse o italiano, que já ganhou três títulos da ATP em sua carreira e tem como objetivo alcançar o Top 10 ainda nesta temporada.

Ida ao estádio e homenagem do Palmeiras
Durante a entrevista, Fognini quis saber mais sobre o futebol brasileiro e foi informado que existia um time, o Palmeiras, que tinha ligações intensas com a colônia italiana. O tenista se animou e pediu para a assessoria da ATP viabilizasse sua ida a partida entre o Alviverde e o Rio Claro no Allianz Parque na noite de quarta-feira.

Assim, o italiano esteve no Allianz Parque e ainda recebeu uma camisa personalizada com seu nome e o número 13, referente ao melhor ranking da carreira, e um livro com a história do clube.