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Brasil x Argentina na Davis tem clima amistoso. Pelo menos fora da quadra

Do UOL, em São Paulo

06/03/2015 06h00

Em qualquer esporte em que Brasil e Argentina se enfrentam, a palavra rivalidade vem à tona. Mas o duelo pela primeira rodada do Grupo Mundial Copa Davis entre esta sexta-feira e domingo em Buenos Aires é marcado muito mais por um clima amistoso entre os tenistas dos dois países do que provocações.

O clima hostil, se for criado, será muito mais por parte dos torcedores que irão ao Complexo Tecnópolis, em Buenos Aires. São esperadas cerca de 25 mil pessoas ao longo dos três dias de duelo. A quadra montado no estacionamento do parque tem capacidade para 8,3 mil torcedores.

"Não vejo essa rivalidade (que todos falam). Somos amigos de circuito. Creio que essa rivalidade existe mais em outros esportes do que tênis", afirmou o número dois argentino Carlos Berlocq (67º colocado do ranking mundial).

Berlocq demonstrou muita intimidade com os tenistas brasileiros durante o sorteio da ordem dos jogos, realizado na quinta-feira. Ele, inclusive, usou seu próprio celular para fazer uma selfie ao lado de Thomaz Bellucci. Os dois se enfrentarão no domingo na quinta e decisiva partida.

Na noite de quarta-feira, no tradicional jantar de confraternização realizado antes de cada confronto da Davis, os tenistas brasileiros presentearam os argentinos com sandálias Havaianas.

E a relação de cordialidade entre brasileiros e argentinos no tênis vai muito além disso. Capitão do time argentino, Daniel Orsanic trabalhou como treinador de Thomaz Bellucci por quase dois anos, entre 2011 e 2013. Neste período, o tenista passou diversas semanas treinando em Buenos Aires.

João Souza, o Feijão, também conta com um hermano em seu estafe técnico. Trata-se de Andrés Schnietre, também conhecido como "Gringo".

"O treinador que viaja comigo é argentino.  Buenos Aires é uma das minhas cidades favoritas. Adoro estar aqui. Tenho uma amizade boa com os argentinos e com os tenistas que aqui estão", afirmou o número 1 do Brasil.

Feijão, entretanto, revelou que está preparado para a pressão que a torcida argentina deverá exercer ao longo dos três dias.

"Tenho que estar preparado para o pior. Não será fácil para a equipe toda. A parte mental será importante, me manter tranquilo o jogo todo, muito focado e evitar o contato com a torcida", disse o brasileiro, que nesta sexta-feira enfrentará Carlos Berlocq, na abertura do duelo. 

A preocupação de Feijão é justificável. Em fevereiro, ele enfrentou o argentino Leonardo Mayer nas quartas de final do Aberto do Brasil no Ginásio do Ibirapuera e o hermano foi muito insultado pelo público brasileiro. Na ocasião, deixou a quadra detonando os torcedores: "não entendem nada de tênis", afirmou.

Na quinta-feira, após o sorteio, foi um pouco mais contido.

"Eles não se comportaram da melhor maneira, mas já passou, agora vamos jogar na Argentina e vamos ver o que acontece", afirmou.

Confira os duelos deste fim de semana:

Sexta-feira
11h - 
Carlos Berlocq x João Souza
A seguir -  Leonardo Mayer x Thomaz Bellucci 

Sábado
13h - 
Federico Delbonis/Diego Schwartzman x Marcelo Melo/Bruno Soares

Domingo
11h - 
Leonardo Mayer x João Souza
A seguir - Carlos Berlocq x Thomaz Bellucci