Topo

Boa atuação e maratona histórica fazem Feijão tirar saldo positivo da Davis

Com uma vitória e uma derrota, Feijão ficou mais de 11h em quadra contra a Argentina - Alejandro Pagni/AFP
Com uma vitória e uma derrota, Feijão ficou mais de 11h em quadra contra a Argentina Imagem: Alejandro Pagni/AFP

Felipe Priante

Do UOL, em Buenos Aires (ARG)

10/03/2015 09h08

A vitória não veio para a equipe brasileira que enfrentou a Argentina pela primeira rodada da Copa Davis no último fim de semana, mas o saldo não é totalmente negativo. Número 1 do país no confronto, o paulista João "Feijão" Souza protagonizou, ao lado do argentino Leonardo Mayer, a partida de simples mais longa da história da competição e, mesmo com a dupla derrota, no jogo e no confronto, deixou fez uma avaliação positiva em Buenos Aires.

"Com certeza saio com muita confiança e o negócio é tirar algo positivo, é vida que segue. Faz parte, agora é esperar pela repescagem", declarou o paulista de Mogi das Cruzes, que tem conseguido cumprir as metas traçadas no começo do ano, talvez até um pouco acima das expectativas. Antes de perder para Mayer em mais de 6h de jogo, já havia vencido Carlos Berlocq em outra partida demorada, de mais de 5.
 
Mas isso não o empolga em demasia. "Quero ir mais passo a passo. Agora é focar em Miami, que é meu próximo torneio, e em chegar no top 60", declarou Feijão, atualmente o 72º do mundo. A meta de ficar entre os 60 primeiros na ATP tem relação com outro objetivo: disputar os Jogos Olímpicos do Rio em 2016. O paulista acredita que permanecendo nesta faixa de ranking conseguirá estar nos Jogos do Rio.
 
"Acho que não é um objetivo só meu, se perguntarem para os outros vão dizer a mesma coisa", disse o brasileiro, que agora embarca para Santiago, onde desistirá do challenger no qual é o cabeça de chave número 1, jogando depois disso só o quali do Masters 1000 de Miami.
 
Feijão ainda tem fresco na memória e no físico a batalha de 6h43 com Mayer no último domingo. "Ainda estou muito cansado, nem pensei muito nisso. A repercussão no Brasil foi grande, meus amigos estavam me mandando coisas. Não caí muito na real, mas o jogo valeu por uns belos anos de treino".
 
Só que o feito histórico tem o seu lado negativo, uma vez que acabou em derrota para o brasileiro. "Vou levar para o resto da vida essa frustração, mas a gente está acostumado, toda semana é assim", lamentou Feijão, que não se vê no auge e aposta que pode evoluir bastante. "A parte mental tem alguma coisa para melhorar e a parte física bastante. Tenho que ficar mais ágil e com mais explosão", explicou.
 
Capitão brasileiro, João Zwetsch destacou a garra que Feijão teve para lutar até o fim contra Mayer e aposta em dias melhores para o paulista. "Foi um privilégio poder acompanhar isso dentro de quadra. Acho que essa Copa Davis vai ser o divisor de águas nas coisas do Feijão, ele vem num caminho muito bom e só vai consolidar isso", opinou.