Nadal joga com relógio de R$ 2,4 milhões e desafia conforto em quadra
A cada partida de Rafael Nadal em Roland Garros, R$ 2,4 milhões estão em seu pulso, e não se trata de um seguro de saúde ou de uma estimativa de quanto vale seu jogo. O espanhol ostenta no braço direito um relógio suíço desenvolvido com exclusividade para ele. Para tanto, Nadal e fabricante desafiam o conforto e a flexibilidade de um tenista que usa o braço direito em seu backhand. Colocam em jogo o desempenho de um atleta top para manter um rico acordo comercial.
Atualmente, Nadal, que nesta quarta-feira enfrenta Novak Djokovic em Roland Garros, assegura que o relógio da suíça Richard Mille não o incomoda. “É como se eu não estivesse usando nada. Já é parte da minha pele”, assegurou ele, em declaração reproduzida pelo The Wall Street Journal. No entanto, nem sempre foi assim.
A parceria existe há sete anos. Nadal só começou a jogar com relógio em 2010. E no começo foi difícil. O espanhol admite que foi preciso ajustar muita coisa para que ele pudesse jogar confortavelmente. “Houve uma fase de transição e tivemos que trabalhar juntos para ajustar tudo ao meu pulso”, comentou.
O atual relógio de Nadal pesa 20 gramas. É o quinto modelo desenvolvido exclusivamente para o tenista, importante garoto-propaganda da Richard Mille. Foram produzidas apenas 50 peças. Na atual edição de Roland Garros, o tamanho do relógio chamou a atenção de tenistas e torcedores.
“É muito grande. Eu não conseguiria jogar”, opinou Lindsay Davenport, ex-tenista que já foi número 1 do mundo. A peça aparece com frequência nas transmissões, principalmente nos saques de Nadal. A longa e famosa sequência preparatória do espanhol antes de sacar deixa o relógio em evidência.
Outros tenistas usam relógios, mas dificilmente nas mesmas condições do espanhol. Durante partidas, é mais comum ver relógios nos pulsos daqueles que têm o backhand com apenas uma mão (a peça fica no pulso oposto). Outros costumam usá-los nos aquecimentos, entrevistas e premiações, como é o caso do suíço Roger Federer.
O relógio causa certa preocupação até nas horas livres. Afinal, Nadal já perdeu dois relógios caríssimos. Foi roubado uma vez em um vestiário e outra vez no hotel, enquanto comemorava seu sétimo título de Roland Garros. Nesse último caso, o ladrão foi preso. E um terceiro relógio já foi achado no vestiário pelo duplista Eric Butorac, que o devolveu ao espanhol. “Segurei o relógio e pensei: isso deve valer mais do que a premiação de toda minha carreira”, disse o norte-americano. E ele provavelmente estava certo na oportunidade.
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