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Saiba os quatro motivos que levaram o Brasil ao rebaixamento na Davis

Fábio Aleixo

Do UOL, em Florianópolis (SC)

21/09/2015 06h00

Favorito no duelo com a Croácia na repescagem do Grupo Mundial da Copa Davis, o Brasil não conseguiu transformar isso em vitória e acabou rebaixado na competição. Com a derrota por 3 a 1, o país foi rebaixado para o Zonal Americano e só terá a chance de estar na elite em 2017.

O time brasileiro não soube aproveitar a ausência de Marin Cilic, campeão do Aberto dos Estados Unidos em 2014 e 14º do ranking mundial.

Quatro fatos ocorridos no fim de semana explicam o revés:

1 -Dupla brasileira era favorita, mas acabou decepcionando

Bruno Soares e Marcelo Melo chegaram para o duelo no Costão do Santinho ostentando um retrospecto de nove vitórias e uma derrota em Davis e oito jogos de invencibilidade. Porém, não conseguiram fazer valer o favoritismo e foram superados por Ivan Dodig/Franko Skugor por 3 sets a 1 (6-0, 3-6, 7-6 [7-2] e 7-6 [7-3]). O revés no sábado deixou o Brasil e desvantagem de 2 a 1 e em situação complicadíssima, que não foi revertida.

"Em um  confronto muito equilibrado como este, todos os pontos são fundamentais e poderiam ir para qualquer lado. O Marcelo e o Bruno, pelo histórico e currículo, entraram credenciados como favoritos. É inegável. Mas dentro da quadra não concretizaram isso, não encontraram o melhor tênis. Mas eles têm muito crédito", disse o capitão brasileiro João Zwetsch.

2 - Jovem croata não sentiu a pressão e foi decisivo

Com apenas 18 anos e jogando somente seu quinto confronto na Copa Davis, Borna Coric (33º do mundo) não sentiu o peso da responsabilidade de ser o número 1 de seu país e venceu suas duas partidas com autoridade. No primeiro duelo, bateu João Souza, o Feijão (104º), e no segundo fechou o duelo após desistência de Bellucci quando triunfava por 2 sets a 1 e 4 a 0.

"Este confronto serviu para mostrar quão rápido ele está ficando maduro e sabendo lidar com a pressão. É um grande pirvilégio poder contar com ele em nosso time", disse o capitão Zeljko Krajan.

3- Físico traiu Bellucci no momento decisivo

Thomaz Bellucci chegou a Florianópolis inteiro e sem se queixar de nenhum problema. Mas no momento em que o Brasil mais precisava dele para seguir com chances, seu físico o traiu. Na partida decisiva contra Coric, ele passou a sentir dores nas costas no terceiro set e após revés no tie-break acabou abandonando no quarto.

O brasileiro explicou que sente as dores nas costas desde o mês de julho e que não conseguia mais jogar em alto nível para tentar a virada.

"Eu lutei até onde foi possível. Não tinha mais sentido seguir no jogo sendo que não conseguia ser competitivo. Para ganhar de um jogador 30 do mundo, você tem de estar 100%. Mas agora não tem o que ficar lamentando", disse o tenista.

4 - A escolha por Florianópolis não fez diferença alguma

O Brasil voltou ao Costão do Santinho pela primeira vez desde 2007. Mas a escolha pelo resort em Florianópolis pouca diferença fez para o time nacional. A torcida se animou em poucos momentos e jamais transformou a quadra em um caldeirão como queriam os jogadores brasileiros e o capitão João Zwetsch.

Além disso, o clima e o fato de jogar ao nível do mar, em condições mais lentas nada afetou o jogo dos croatas. Acabou sendo mais prejudicial a Bellucci, que teve dor nas costas em virtude do desgaste.

Resultados

Sexta-feira
Thomaz Bellucci  3 x 1 Mate Delic - 6-1, 6-4, 3-6 e 6-4

Sábado
João Souza 0 x 3 Borna Coric - 4-6, 6-7 (5-7) e 1-6
Bruno Soares/Marcelo Melo 1 x 3 Ivan Dodig/Franko Skugor - 0-6, 6-3, 6-7 [2-7] e 6-7 [3-7]

Domingo
Thomaz Bellucci 1 x 2 Borna Coric - 2-6, 6-4, 6-7 [7-4], 0-4 e abandono