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Ela tem oito dedos nas mãos e sete nos pés. E virou sensação em Wimbledon

Francesca Jones, 15, nasceu com síndrome que implica má formação de pés e mãos - Adam Pretty/Getty Images - Adam Pretty/Getty Images
Francesca Jones, 15, nasceu com síndrome que implica má formação de pés e mãos
Imagem: Adam Pretty/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

06/07/2016 06h00

Francesca Jones tem apenas 15 anos e foi eliminada na segunda rodada do torneio júnior de Wimbledon. Mas ela tem muito a ensinar aos maiores nomes do tênis mundial. A tenista de Bradford, Inglaterra, nasceu com Ectrodactyly Ectodermal Dysplasia, mais conhecido como Síndrome EED, um distúrbio que causa má formação das mãos e pés.

Jones tem apenas oito dedos nas mãos (quatro em cada) e sete nos pés – sendo apenas três no direito. 

"Eu passei por três cirurgias no punho em 12 meses. Definitivamente, eu tive mais de 10 operações na minha vida, provavelmente 15. Eu praticamente morava no hospital quando era criança", contou ao DailyMail.

Mas as dificuldades físicas não a impediram de trilhar o caminho de seu grande sonho: jogar tênis profissionalmente.

“Eu sei que tenho nível para estar entre as cinco melhores jogadoras. Com a minha condição, eu tenho um ponto a provar: com força de vontade e determinação, e se você tem o apoio de alguém, então pode chegar a qualquer lugar”, acrescentou a adolescente.

O sonho de Jones em ser jogadora profissional de tênis vem de longe. Há seis anos, quando tinha nove, ela descobriu aptidão para o esporte e mudou-se para Barcelona, na Espanha, onde treina até hoje.

Embora tenha suporte total da família, que trabalha com finanças na Inglaterra, Jones mora sozinha em uma academia de tênis - a Ad In Tennis Academy. E a intensa vivência do esporte mudou tudo em sua vida.

“Minhas mãos ficaram maiores, então eu tenho uma pegada [na raquete] normal agora. Estou disposta a lidar com qualquer dificuldade. Meu forehand é um dos melhores por causa do quanto eu trabalhei duro nele”, relembrou Jones, cuja mão esquerda é maior que a direita.

A jovem enfrentou piadas e preconceito até mesmo das próprias colegas ao longo da adolescência, mas hoje orgulha-se de sua condição.

"Minha síndrome é algo que me ajudou a tornar-me a pessoa que sou hoje. De certo modo, estou feliz porque me fez quem eu sou", afirmou Jones ao The Telegraph. 

“Eu não teria começado a jogar tênis da forma competitiva que eu jogo agora nem teria a mesma motivação para fazer o que eu quero no futuro, que é jogar tênis. Fez uma grande diferença mentalmente”, acrescentou após derrota por 2 sets a 1 na segunda rodada de Wimbledon, contra Kayla Jones, promissora tenista júnior número cinco do mundo.

"Eu só quero que as pessoas saibam que tudo é força de vontade, tudo é força mental. Por isso estou tão frustrada hoje", explicou após a eliminação Francesca Jones, que se recusa a usar suas limitações como desculpa diante dos reveses seja no tênis seja na vida.