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Por que "renascimento de Agassi em 99" é exemplo de reviravolta para Djoko?

Andre Agassi foi campeão em Roland Garros, em 1999 - ELECTRONIC IMAGE
Andre Agassi foi campeão em Roland Garros, em 1999 Imagem: ELECTRONIC IMAGE

Anderson Regio

Do UOL, em Mônaco*

27/05/2017 04h00

Novak Djokovic não chegou ao fundo do poço como o seu novo parceiro Andre Agassi, mas tem o americano como exemplo para voltar ao topo do tênis mundial. Aos 30 anos, o sérvio chegou ao ápice da carreira 12 meses atrás ao finalmente conquistar Roland Garros e fechar o Grand Slam ao ter títulos dos quatro principais torneios do circuito.

Porém, desde a conquista do Aberto da França em 2016, Djokovic caiu na primeira rodada dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e de forma precoce no Aberto da Austrália e Wimbledon, além de perder na decisão do ATP Finals e do US Open. Neste ano, o sérvio levou apenas o ATP 250 de Doha.

Com fome ainda de títulos, Djokovic rompeu com Boris Becker no final da última temporada e recentemente dispensou o restante da equipe técnica, liderada por Marijan Vajda, a qual estava junto há mais de uma década.

Agassi e Djokovic - CHRISTOPHE SIMON/AFP - CHRISTOPHE SIMON/AFP
Imagem: CHRISTOPHE SIMON/AFP

Aposentado, Agassi aceitou ser o treinador de Djokovic, atual número 2 do mundo. O acordo é apenas para Roland Garros, mas pode se estender caso os dois ídolos do tênis mundial se entendam rapidamente.

“Vai ser incrível e uma aventura para todos nós. Temos falado diariamente no telefone e decidimos dar uma chance em Paris. Ele vai estar por perto por um certo tempo. Vamos ver como esse relacionamento se desenvolve”, disse Djokovic durante anuncio do acordo com a Lacoste.

Agassi é exemplo de um tenista que chegou ao topo, teve uma queda assustadora e depois retomou o topo. No final dos anos 1990, o americano chegou a ocupar a posição 145 do planeta e teve até de disputar torneios challengers da ATP.

Em Roland Garros-1999, não era um dos favoritos, mas foi eliminando um a um dos favoritos e chegou a grande decisão contra o ucraniano Andrei Medvedev, que eliminou os brasileiros Gustavo Kuerten e Fernando Meligeni. Agassi saiu de uma desvantagem de 2 sets a 0 para virar a partida e conquistar pela primeira vez o Aberto da França. Depois desse troféu, voltou a ficar entre os melhores do planeta e a brilhar até o encerramento da carreira.

“Ele é alguém que eu acompanhava desde criança. Temos um estilo parecido de jogo. Ele é considerado um dos grandes devolvedores de todos os tempos e uso muito o retorno no meu jogo”, disse Djokovic, durante um evento em Mônaco.

“Além disso, a experiência dele vai ser muito importante. Ele caiu no ranking e voltou a ser número um do mundo. Ele teve essa experiência, a transição de vida e vários desafios para voltar ao topo. Ele é resiliente e é algo que posso aprender”, completou.

Agassi, em entrevista ao Tout le Sport, falou sobre a nova parceira. "Novak me ligou três semanas atrás. Eu disse não no começo, mas minha mulher (Steffi Graf) disse: 'você deveria dizer sim, você vai adorar'. O que tenho certeza é que ele pode melhorar ainda mais. Acredito que ele possa evoluir, porque irá entender o quão forte ele é", completou.

De olho no bi e com Agassi nas tribunas, Djokovic estreia em Roland Garros contra o tenista espanhol Marcel Granollers, de 31 anos. O sérvio já encarou o atual número 76 do mundo em três oportunidades e nunca perdeu um set sequer, sendo o último duelo no ATP 1000 de Xangai, em 2013.


*O jornalista viajou a Mônaco a convite da Lacoste