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Recomendação de segurança salvou saltadora em acidente de bungee jump na África

Profundidade do rio evitou fatalidade após rompimento de elástico - Reprodução
Profundidade do rio evitou fatalidade após rompimento de elástico Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

09/01/2012 19h29

Uma recomendação de segurança para saltos de bungee jump salvou a vida da australiana Erin Langworthy em um acidente ocorrido no Zimbábue. Segundo dois especialistas em saltos ouvidos pelo UOL Esporte, a profundidade de pelo menos 3 metros do rio sobre a qual a jovem de 22 anos saltou evitou uma fatalidade depois que o elástico que a segurava se rompeu.

Erin pulou de uma ponte que cruza o rio Zambeze, perto das cataratas Victoria, na véspera do Ano Novo. Depois de uma queda livre de 111 metros, o elástico que deveria segurar a jovem arrebentou e ela caiu no rio. Como o rio era profundo, a queda de Erin foi amortecida pela água e ela sobreviveu.

De acordo com o saltador e instrutor de bungee jump, Max Friederik, apesar do salvamento parecer “um milagre”, ele não passa de um fato planejado. Ele explicou que, em todos os saltos feitos sobre rios ou lagos, é analisada a profundidade da água para que ela possa ser usada como um “back-up de segurança” caso o elástico arrebente.

Essa análise, conta Friederik, é uma recomendação que surgiu na Nova Zelândia, berço do bungee jump, e é seguida por empresas brasileiras que promovem esses saltos. “Não é uma norma, mas é mais uma segurança para o praticante”, Friederik, que trabalha na Maxtreme e já saltou mais de 500 vezes.

O instrutor Rodrigo Ferreira Livramento, da Adrena, também já saltou mais de 250 vezes. Ele também disse que o caso de Erin não foi simplesmente sorte, mas também informação.

“Em saltos sobre o solo, é preciso usar um colchão de ar como segurança”, disse Livramento. “Já nos saltos sobre a água, é preciso ter uma profundidade mínima para que saltador possa se salvar caso o elástico arrebente.”

Livramento ressaltou, porém, que rompimentos de elástico como o que ocorreu no salto de Erin são raríssimos. Na Adrena, por exemplo, em 18 anos de saltos, nunca ocorreu.

O instrutor lembra que o baixo índice de acidentes em saltos de bungee jump se deve aos cuidados para prevenção. Ele disse que só profissionais treinados podem promover saltos para garantir a segurança.

Para Livramento, algum desses cuidado deixou de ser tomado no salto de Erin. Por isso, o elástico ou a ancoragem que o prende se rompeu. Ele disse que, pelo vídeo, não é possível precisar o que causou o acidente, mas é certo que algum procedimento de segurança ou manutenção não foi feito corretamente.

“O equipamento é muito seguro”, explicou Livramento. “Se aconteceu alguma coisa, alguma falha aconteceu. Quase sempre essa falha é humana.”