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Ministro nega "herança maldita" de antecessor, mas veta novos contratos com ONGs

O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, sofre com as denúncias referentes à gestão anterior da pasta - Lula Marques/Folhapress
O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, sofre com as denúncias referentes à gestão anterior da pasta Imagem: Lula Marques/Folhapress

Vinicius Konchisnki

Do UOL, em São Paulo

30/01/2012 12h35

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, negou que o seu antecessor tenha lhe deixado uma “herança maldita”. Pressionado por escândalos que tiveram origem na gestão de Orlando Silva, o atual titular definiu que não fará mais convênios com ONGs (Organizações Não-Governamentais).

“Nós assinamos um documento na última sexta-feira definindo que não vamos mais fazer nenhum tipo de convênio com ONGs. O que está pago está pago e o que está contratado será cumprido, mas daqui em diante não faremos novas parcerias”, disse Aldo Rebelo, que visitou o Itaquerão nesta terça-feira para acompanhar as obras do futuro estádio do Corinthians.

As parcerias com este tipo de entidades representaram boa parte das dores de cabeça que Orlando Silva teve à frente do Esporte. Na antiga gestão, foram encontradas diversas irregularidades em projetos do programa Segundo Tempo.

Na semana passada, o UOL Esporte mostrou que R$ 2,4 milhões desapareceram da conta de uma ONG de Juiz de Fora ligada ao PC do B. A entidade deveria ter produzido diversos materiais esportivos, terceirizou os serviços e não entregou a maior parte do exigido em contrato. 

As diversas denúncias levaram o TCU (Tribunal de Contas da União) a fazer uma varredura em todos os contratos da pasta para buscar eventuais irregularidades. Também por isso, a pasta decidiu colocar um ponto final nas parcerias com ONGs. A ideia já havia sido levantada por Orlando Silva no fim de sua gestão, em 2011, mas só foi oficializada na última terça.

Nesta segunda, uma nova denúncia sobre a gestão anterior aumentou a pressão sobre Aldo Rebelo. Uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que uma empresa recebeu R$ 4,6 milhões da pasta para prestar consultoria a uma estatal que foi extinta antes mesmo do fim do contrato. 

Aldo Rebelo diz que quando assumiu o ministério o Governo Federal já tinha decidido extinguir a Brasil 2016, que receberia os serviços de consultoria em questão. Segundo o atual ministro, os únicos pagamentos feitos em sua gestão foram "pró-labores", que somaram ao todo cerca de R$ 1 milhão.