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Prefeitura do Rio abre investigação sobre novos "vícios" na construção do Engenhão

Possíveis falhas na obra do estádio serão relevadas em laudo no mês que vem - Divulgação
Possíveis falhas na obra do estádio serão relevadas em laudo no mês que vem Imagem: Divulgação

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/09/2012 06h00

A Prefeitura do Rio de Janeiro instaurou uma comissão para apurar novos “vícios construtivos” na obra do Engenhão. Quatro técnicos da Riourbe (Empresa Municipal de Urbanização) foram encarregados de elaborar um laudo sobre problemas na construção do estádio, inaugurado em 2007.

A comissão foi criada no início de agosto por meio de uma portaria assinada pelo presidente da Riourbe, Armando Queiroga. De acordo com a própria empresa municipal, os servidores têm até o mês que vem para finalizarem um laudo sobre a investigação que eles farão no local.

A construção do Engenhão custou R$ 380 milhões aos cofres públicos. Começou em 2003 e terminou dias antes do início dos Jogos Pan-americanos sediados pelo Rio de Janeiro.

O estádio, aliás, foi a principal obra feita no Rio para o Pan de 2007. Durante o evento, o local recebeu jogos de futebol, além de quase todas as provas do atletismo.

Atualmente, com o Maracanã fechado para reforma, o Engenhão tem sido usado por quase todos os clubes cariocas para partidas do Campeonato Brasileiro. O estádio também é uma das estruturas esportivas do Rio que serão usadas na Olimpíada de 2016.

Desde 2010, entretanto, o estádio apresenta problemas estruturais. Há cerca de dois anos, o Botafogo, atual arrendatário do estádio, enviou à Prefeitura do Rio um relatório apontando alguns problemas que o clube havia detectado no estádio.

As construtoras responsáveis pela obra, Odebrecht e OAS, foram convocadas para uma reunião. Se informaram sobre os problemas e se comprometeram a reparar o estádio. De acordo com a assessoria de imprensa da Riourbe, elas estão cumprindo o cronograma de obras estabelecido. Tanto é assim que a comissão foi instaurada para apurar outros problemas.

Apesar disso, a Riourbe convocou ainda em agosto as duas construtoras a apresentarem uma “defesa prévia” a respeito justamente de obras de complementação dos acabamentos e urbanização intra-muros do Engenhão. A convocação publicada no Diário Oficial do Município porque as construtoras não atenderam a uma advertência feita pela Rioube em fevereiro de 2011.

OAS E ODEBRECHT NA COPA

EstádioConstrutoras
Maracanã (RJ)Odebrecht*
Itaquerão (SP)Odebrecht
Arena Pernambuco (PE)Odebrecht
Fonte Nova (BA)Odebrecht e OAS
Arena das Dunas (RN)OAS
  • *Junto com a Andrade Gutierrez

A Odebrecht e OAS foram procuradas pelo UOL no último dia 5 para se pronunciarem sobre os possíveis vícios construtivos do estádio. A Odebrecht resolveu não se manifestar. Já OAS não respondeu.

As duas empresas trabalham hoje em cinco das 12 obras de estádios para a Copa do Mundo de 2014 (veja ao lado).

A Riourbe não se pronunciou sobre os “vícios construtivos” no Engenhão pois disse que eles ainda serão apurados pela comissão instaurada pela empresa. Só informou que a apuração será feita agora para que possíveis falhas sejam resolvidas antes do final da garantia da obra, em outubro de 2013. Isto é, cerca de um ano depois que o relatório dos técnicos municipais ficar pronto.

Apesar da investigação, a Riourbe ressaltou ainda que a segurança de frequentadores do estádio está garantida. “A RioUrbe reafirma que não há chances de interdição no estádio, já que não existem riscos estruturais”, informou a empresa municipal, em nota.

O Botafogo também foi procurado pelo UOL. O clube, que administra o estádio, não se pronunciou.